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Uma taça e meia: a função do vinho n’ As vespas, de Aristófanes, e n’ A farsa do advogado Pathelin
Autor
da Silva, Francisco Alison Ramos
Resumen
Este artigo versa sobre a função do vinho n’ As vespas (422 a. C.), de Aristófanes, e n’ A farsa do advogado Pathelin (1460). A análise comparativa dessas peças, apesar da grande lacuna temporal existente entre ambas, pois a primeira pertence à Comédia Antiga grega e a segunda participa do teatro francês medieval, expõe semelhanças diversas, sobretudo no que concerne ao vinho como instrumento de trapaça. Esta pode acontecer em duplo sentido quando o enganador é enganado, como acontece com as personagens Pathelin e Filocléon. Pode-se afirmar que tais personagens, protagonistas respectivos da farsa e da comédia propostas, representam por si mesmos, pelo menos enquanto estão embriagados, a manifestação divina, especialmente na peça grega, cujo poeta é “sacerdote” de Dioniso, deus do teatro e, portanto, da alteridade. Na Idade Média, o vinho está ligado a questões igualmente religiosas.