info:eu-repo/semantics/article
REPERCUSSÕES DO ENSINO REMOTO PARA A PRÁTICA DOCENTE UNIVERSITÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autor
Santos de Morais, Silvia Raquel (V)
Resumen
Com a pandemia por COVID-19, muitas mudanças ocorreram no ensino superior, incluindo a migração do ensino presencial para o ensino remoto emergencial. Esse modo de ensinar repercute na prática docente e no desenvolvimento de habilidades/competências do professor, muito embora essa relação ainda careça de maior sistematização. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, em formato de relato de experiência. O objetivo foi descrever sobre a experiência de ensino remoto na educação superior na Universidade federal do Vale do São Francisco e suas repercussões para a prática docente, discutindo as repercussões desse tipo de ensino à luz da Fenomenologia Hermenêutica de Heidegger. A experiência em questão foi marcada pelo esforço contínuo, principalmente por parte da professora, em prol da interação dialógica/vínculo; priorizando-se as atividades síncronas em detrimento das assíncronas. A ocorrência frequente de câmeras desligadas, áudios mutados, problemas de conexão com a internet e baixa interatividade em tempo real, gerou dúvidas, ansiedade, cansaço; e aprofundou a sensação de solidão, descuido, inutilidade, estranhamento. Por vezes, a impressão de “falar para ninguém” e de “não enxergar pessoas”, foi compartilhada com os estudantes, mas não cessou a atmosfera de silêncio. Como repercussões potentes, destaca-se o baixo índice de atrasos e a possibilidade de muitos estudarem de suas localidades, mesmo que nem todos disponham de recursos tecnológicos e de espaços propícios para tal. Por outro lado, tem-se repercussões complicadas como a baixa vinculação e interatividade em tempo real, turmas e processo de comunicação volumosos, retrabalho em atividades assíncronas, dificuldade de transpor o ensino da prática para as telas, sensação de solidão durante as aulas, desmotivação e desconforto ergonômico. Conclui-se que o ensino remoto tem potencial para alinhar-se com a docência presencial e não de substituí-la, de modo a não precarizar o trabalho docente e nem de esvaziá-lo de significados.
Palavras-chave: Educação Superior. Pandemia. Ensino Remoto Emergencial.