Thesis
A recepção filosófica do estudante surdo no ensino médio
Fecha
2019Registro en:
REZENDE, Edson Teixeira de. A recepção filosófica do estudante surdo no ensino médio. 2019. 260 f. Orientador: Prof. Dr. Geraldo Balduino Horn. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
Autor
REZENDE, Edson Teixeira de
Institución
Resumen
Apresentamos, nesta tese, uma investigação acerca do ensino de Filosofia que emerge da prática profissional do autor como professor da referida disciplina na interação com estudantes Surdos e de sua participação no NESEF/UFPR. O intuito da pesquisa é observar como o estudante Surdo de Ensino Médio recebe e se relaciona com a disciplina de Filosofia. Os sujeitos da pesquisa são estudantes Surdos de três Escolas Públicas do Estado do Paraná e o pesquisador, docente de Filosofia em uma delas. Tal observação foi norteada pela pergunta de pesquisa, “Quais são as condições para que o estudante Surdo possa aprender Filosofia no Ensino Médio?” E pelo objetivo geral, “Analisar aprendizagem de Filosofia com estudantes Surdos no Ensino Médio (escolas inclusivas).” Os objetivos específicos definidos para a pesquisa foram de problematizar a situação do estudante Surdo no contexto da escola inclusiva; identificar e analisar as condições de ensino-aprendizagem filosóficas dos estudantes Surdos no ambiente escolar; analisar como ocorre a recepção filosófica da aprendizagem do estudante Surdo em escolas inclusivas do Ensino Médio. A hipótese para a tese é a de que a recepção filosófica do texto de Filosofia por este estudante é possível mediante o uso da Libras. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram consideradas as produções presentes no banco de dados de periódicos da CAPES entre 2008 e 2017, banco de dados de teses e dissertação da CAPES entre 2011 e 2014, as pesquisadas no Google Acadêmico, mais as teses e dissertações produzidas no NESEF entre 2011 e 2014, com ressonância na investigação. Além disso, utilizamos questionários respondidos por professores, gestores de instituições escolares públicas do estado do Paraná, intérpretes, estudantes Surdos; análise de materiais produzidos pelos estudantes nos campos de observação como vídeos. Também foi desenvolvido estudos da cultura surda conforme Strobel (2008a), do currículo escolar e da Língua de Sinais. A tese defende ainda que o ensino de Filosofia como disciplina escolar, manifesta uma reflexão crítica e uma visão de mundo, respeitando as múltiplas relações e indo à raiz dos problemas e explicações. Nesta perspectiva, como é mostrado aqui, Horn (2009) propõe considerar o cotidiano do estudante, a cultura escolar e os documentos legais para o trabalho pedagógico pelo viés do trabalho docente na escola, para demonstrar que o ‘fazer filosofia’ possibilita construir meios para o entendimento da realidade, cultura, do cotidiano entre outras possibilidades, e o desafio seria conseguir fazer Filosofia com o outro, e não para ele, contemplando a realidade do estudante, os textos da Filosofia e seus conceitos como base para atitude filosófica. Como consequência, entender o Surdo como um ser singular, possuidor de uma identidade, com uma língua que lhe permite acessar o mundo conceitual, simbólico e cultural. A Filosofia no espaço escolar que compreendendo o estudante (Surdo) do Ensino Médio na sua diversidade, a partir da produção de Heller (1983) como seres mediados pela cotidianidade, carecimentos e a busca para superá-los, apresenta alternativas e nesses espaços pode-se abordar a polifuncionalidade da Filosofia. Através da produção de vídeos, respeitando a Língua de Sinais, é possível constatar a recepção filosófica efetuada pelo estudante Surdo, sendo uma compreensão do ser a atuação política e a busca de conseguir questionar/modificar as regras de reconhecimento dentro de um campo. Pôde-se observar a aprendizagem filosófica a partir das produções realizadas em Língua de Sinais pelos estudantes