As notícias televisivas massivas em ciência têm sido retratadas como transmitindo conteúdos superficiais e sensacionalistas dirigidos a uma audiência presumida que precisaria de treinamento. O artigo explora o contexto da cobertura geral da ciência em essa mídia e, em especial, no caso da medicina regenerativa no Brasil, através de uma análise textual qualitativo de 16 vídeos da Rede Globo. Conclui-se que a comunicação é escassa, e dominada pelo papel dos comunicadores profissionais, em especial mulheres, que apresentam vídeos curtos, com pouco preparo prévio, e transmitem mensagens otimistas demais sobre os logros nas descobertas nacionais. Promove-se no telespectador uma experiência de indução do engajamento emotivo com a vivência das testemunhas, pacientes na cura da sua saúde, e de identificação com a identidade científica nacional. Deste modo, o artigo contribui a esclarecer os sentidos e significados enfatizados para o entendimento público da ciência em uma área de ponta.