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Desenvolvimento humano: o embate entre os conceitos de crescimento econômico, sustentabilidade ambiental e as liberdades constitutivas e instrumentais de Sen
Fecha
2011Autor
Lobo, Carlos
Matos, Ralfo
Institución
Resumen
As últimas décadas foram marcadas por conquistas econômicas, sociais e políticas a
despeito do aumento da pobreza em várias regiões do mundo, como uma espécie de
corolário da expansão capitalista, como já se sabe desde pelo menos o início do século
XIX na Inglaterra: imensa expansão da riqueza e surgimento de níveis inusitados de
pobreza. Assim, antigos e novos problemas ainda afetam grandes contingentes
populacionais em várias partes do mundo. Persistem antigas tragédias sociais, como a
fome, desnutrição, mortes evitáveis, analfabetismo, desigualdades insuportáveis, não
participação política, ausência de cidadania e de direitos humanos elementares, guerras e
aumento de práticas fundamentalistas que resultam em perseguições religiosas e étnicas.
Inúmeros países mantêm-se à margem dos avanços obtidos na modernidade. Nesse
contexto, as chamadas ciências sociais não se esquivaram da tarefa de compreender e
interferir nessa realidade. Não faltaram explicações e predições, umas mais prudentes,
outras menos realistas. As ditas teorias do desenvolvimento, oriundas em grande medida
de discussões iniciadas nos trabalhos da economia clássica, ganharam força, sobretudo a
partir de finais do século XVIII1
. Desse momento em diante, as ciências econômicas
passaram a responder pelas questões relacionadas ao desenvolvimento, que incorporaram
definitivamente o adjetivo a primazia do econômico, com ares de cientificidade que
angariou fama e posterior reputação acadêmica.