Este artigo descreve, e avalia, as opiniões de homens e mulheres, pertencentes à estrutura de duas organizações distintas - uma pública e outra privada - quanto à participação da mulher na gestão das organizações. A forma como a mulher ascende a posições de chefia nas organizações, as barreiras que se lhe deparam, a opinião dos homens sobre o seu posicionamento hierárquico, são algumas das questões que motivaram a elaboração do presente estudo. Os resultados obtidos pela realização de entrevistas no estudo de caso comparado efectuado revelaram ideias muito interessantes. Apesar das diferenças inerentes à natureza de cada uma das organizações consideradas – pública e privada -, parece poder inferir-se que, se as mulheres predominam na gestão das organizações, os homens e as mulheres assumem uma atitude proactiva e de crença nas capacidades do sexo oposto. Por outro lado, se a gestão das organizações está maioritariamente afecta ao sexo masculino, as mulheres que pretendam subir na sua hierarquia sentem que terão de enfrentar a situação de «glass ceiling» provocada, curiosamente, não só pelo homem, mas também pela mulher.