Thesis
Percepções sobre o consumo de frutas e hortaliças entre usuários do Programa Academia da Saúde em Belo Horizonte – MG
Fecha
2015Registro en:
FIGUEIRA, Taís Rocha. Percepções sobre o consumo de frutas e hortaliças entre usuários do Programa Academia da Saúde em Belo Horizonte – MG. 2015. 73 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde com Concentração em Saúde Coletiva)-Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2015.
Autor
Figueira, Taís Rocha
Institución
Resumen
O consumo adequado de frutas e hortaliças (FH) tem sido apontado como um dos fatores de proteção de doenças crônicas não transmissíveis, como enfermidades cardiovasculares, diabetes e obesidade. Apesar das evidências e orientações para a ingestão deste grupo de alimentos, o seu consumo é ainda bastante limitado. Esta situação expõe a necessidade de investigar os determinantes do consumo de FH visando o melhor delineamento das práticas educativas e de promoção da saúde. Para cumprir este objetivo, realizou-se uma pesquisa qualitativa em seis polos do Programa Academia da Saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Participaram da pesquisa 62 usuários maiores de 20 anos e responsáveis pela aquisição e/ou preparo dos gêneros alimentícios no domicílio. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada, incluindo questões relativas às práticas alimentares na família, consumo e aquisição de FH. As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e tiveram duração média de 30 minutos. A análise de conteúdo foi desenvolvida com auxílio do software NVivo10. O consumo de FH era estimulado
principalmente pelo seu efeito benéfico sobre a saúde, capacidade em prevenir/controlar doenças e paladar. Já os facilitadores para o consumo de hortaliça
relatados foram: ser considerada como parte da refeição, criação e origem familiar,
melhoria da situação financeira, comércio próximo e desenvolvimento de estratégias
de compra. Com relação aos fatores dificultadores do consumo, destacaram-se:
comércio inadequado, baixo poder aquisitivo, preço, carência de iniciativas públicas,
falta de tempo, preguiça, fruta ser considerada apenas como uma alternativa
alimentar e não realizar o jantar. As FH eram adquiridas em comércios de bairros,
havendo necessidade de melhoria desses estabelecimentos em relação à distribuição geográfica, qualidade dos produtos, preço e higiene. Verificou-se que, quando os aspectos nutricionais das FH eram valorizados pelos entrevistados, o
conhecimento básico que possuíam sobre alimentação e saúde era considerado
insuficiente, surgindo a demanda pelo aprofundamento dos saberes. A dificuldade
em lidar com a multiplicidade de informações sobre o tema gerava sentimentos de
desconfiança, incompetência para selecionar os alimentos e desejo por orientação
especializada individual. Estes resultados apontam para a necessidade de estimular
a construção de sentidos para o consumo de FH que não se restrinjam ao discurso
saúde-doença; problematizar questões sobre o consumo de FH que geram inquietações, desconfianças e insegurança; estabelecer canais de comunicação confiáveis; ampliar habilidades culinárias para o preparo de receitas baratas, práticas e palatáveis; qualificar o comércio local; e ampliar o acesso às FH pelo desenvolvimento ou fortalecimento de políticas públicas e tecnologias que promovam conveniência.