Trabalho de conclusão de curso de graduação
Educação como prática da liberdade: reflexões sobre a possibilidade da educação humanizadora nas prisões
Fecha
2022-07-25Registro en:
Barboza, Layla Lucy da Costa. Educação como prática da liberdade: reflexões sobre a possibilidade da educação humanizadora nas prisões. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Pedagogia). – Guarulhos : Universidade Federal de São Paulo. Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, 2022.
Autor
Barboza, Layla Lucy [UNIFESP]
Institución
Resumen
O objetivo deste trabalho é analisar a possibilidade da educação humanizadora nas prisões. Para tal, busca-se compreender a desumanização nas instituições totais, a humanização na perspectiva freiriana e a educação dialógica como potencial humanizador. Esta pesquisa procura responder às seguintes questões: como a educação pode ser humanizadora nas prisões?; por que devíamos defendê-la nessa perspectiva, e não sob a ótica da ressocialização? A pesquisa é de abordagem qualitativa, caracterizando-se como pesquisa bibliográfica. Como principais referenciais teóricos tem-se: Foucault (2014), Davis (2018) e Aguirre (2009), para tratar sobre as prisões; Goffman (1987, 2004), Mendonça (2006) e Freire (2019, 2020) para compreender a desumanização; Duarte e Sivieri-Pereira (2018), Julião (2011, 2017) e Graciano (2010) para aprofundar a história da educação nas prisões e problematizar o discurso da ressocialização; Freire (2013, 2019, 2020) para compreender a humanização. A internação em instituições totais envolve diferentes processos de desumanização, que têm consequências sociais e psicológicas. Na perspectiva freiriana, a massificação, o assistencialismo, a invasão cultural e a educação bancária são meios desumanizadores, porque alienam, coisificam o povo e inibem o desenvolvimento da consciência crítica e da participação popular na sociedade. A desumanização, para Freire, é uma realidade histórica e uma viabilidade ontológica, o que quer dizer que, se há viabilidade para a desumanização, há viabilidade para a humanização. Para o autor, a verdadeira vocação dos seres humanos é a de ser mais – humanizar-se. A conscientização, o diálogo, a utopia e a multiculturalidade são pressupostos humanizadores desenvolvidos por Freire. A educação na perspectiva dialógica pode concorrer com os processos de desumanização nas prisões porque serve à libertação. A educação intencionalmente libertadora é resistência à desumanização nas prisões porque promove a conscientização crítica e a problematização do mundo e das relações homem-mundo, possibilitando a emancipação subjetiva e objetiva dos sujeitos. Finalmente, há experiências que mostram a possibilidade de humanização nas prisões por meio da educação dialógica. The aim of this study is to analyze the possibility of humanizing education in prisons. For this purpose, we seek to understand dehumanization in total institutions, humanization in the Freirean perspective and dialogical education as a humanizing potential. This research aims to answer the following questions: how can education be humanizing in prisons?; why should we defend it from this perspective, and not from the perspective of resocialization? The research has a qualitative approach, characterized as a bibliographic research. The main theoretical references are: Foucault (2014), Davis (2018) and Aguirre (2009), to talk about prisons; Goffman (1987, 2004), Mendonça (2006) and Freire (2019, 2020) to understand dehumanization; Duarte and Sivieri-Pereira (2018), Julião (2011, 2017) and Graciano (2010) to deepen the history of education in prisons and problematize the discourse of resocialization; Freire (2013, 2019, 2020) to understand humanization. Internment in total institutions involves different processes of dehumanization, which have social and psychological consequences. In Freire's perspective, massification, welfarism, cultural invasion and banking education are dehumanizing means, because they alienate, objectify the people and inhibit the development of critical consciousness and popular participation in society. Dehumanization, for Freire, is a historical reality and an ontological feasibility, which means that, if there is feasibility for dehumanization, there is feasibility for humanization. For the author, the true vocation of human beings is to be more – to humanize themselves. Consciousness, dialogue, utopia and multiculturalism are humanizing premises developed by Freire. Education in the dialogical perspective can compete with the processes of dehumanization in prisons because it serves liberation. Intentionally liberating education is resistance to dehumanization in prisons because it promotes critical consciousness and problematization of the world and man-world relations, enabling the subjective and objective emancipation of people. Finally, there are experiences that show the possibility of humanization in prisons through dialogical education.
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