O desenvolvimento de capacidades de alfabetização na escolarização de alunos em tratamento oncológico

Abstract

INTRODUÇÃO: A proposta desse estudo se insere na interface Educação e Saúde, no contexto de ensino e aprendizagem de capacidades vinculadas ao processo de alfabetização de alunos em tratamento oncológico e contemplados pelo serviço de atendimento escolar hospitalar do Instituto de Oncologia Pediátrica - Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer/Universidade Federal de São Paulo (IOP-GRAACC/UNIFESP). OBJETIVO GERAL: Analisar como ocorreu o processo de alfabetização de alunos em tratamento oncológico em uma escola hospitalar por meio do estudo de fontes documentais. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: (1) estabelecer possíveis relações entre as capacidades de alfabetização desenvolvidas nos sujeitos da pesquisa, a doença e o tratamento realizado por esses alunos, segundo a literatura disponível e (2) desvelar o contexto social relacionado ao início do processo de alfabetização dos alunos-pacientes, atentando-se para as especificidades do ambiente hospitalar e as representações sociais da família sobre a escola. METODOLOGIA: A metodologia adotada se envereda pelos critérios da análise de conteúdo adotados por Bardin (2001), explicitando-se pela natureza documental do material de investigação a partir do banco de dados do serviço de atendimento escolar hospitalar dos casos que contemplem aulas no ciclo da alfabetização ministradas: (1) N= 8 alunos que estudaram no hospital durante o tratamento em 2018; (2) Critério de Inclusão: (a) alunos com faixa etária condizente à matrícula regular no 1º ano do Ensino Fundamental, (b) professores hospitalares do IOP-GRAACC que ministraram aulas para estes alunos no ciclo inicial da alfabetização durante o ano letivo de 2018. O tratamento dos dados se deu pela triangulação dos materiais da escola hospitalar, evidenciando o conteúdo trabalhado nos prontuários dos alunos, nos relatórios de aula dos professores e nas gravações de áudio das reuniões pedagógicas. A análise de dados permitiu constatar que o estudo desvela uma problematização das capacidades de alfabetização conforme as condições de aprendizagem do estudante gravemente enfermo e que levou ao entendimento deste processo como um direito educacional a ser garantido e uma prática de pertencimento social do aluno-paciente nos meios de circulação da criança durante e após o tratamento.