Dissertação de mestrado
Escrevivências de mulheres negras: manifestando possibilidades de produções acadêmicas autônomas aos referenciais da ciência hegemônica
Fecha
2020-10-29Registro en:
NASCIMENTO, Tamires Guimarães do. Escrevivências de mulheres negras: manifestando possibilidades de produções acadêmicas autônomas aos referenciais da ciência hegemônica. 2020. 144 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social e Políticas Sociais) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2020.
Autor
Nascimento, Tamires Guimarães do [UNIFESP]
Institución
Resumen
Neste trabalho apresento reflexões sobre a presença de mulheres negras no Programa de Pós Graduação em Serviço Social e Políticas Sociais (PPGSSPS) da Universidade Federal de São Paulo - BS. Através de minha narrativa e de narrativas de cinco mulheres negras da primeira e segunda turmas do programa, é possível apreender os caminhos percorridos desde o primeiro estudo, ensino médio, graduação, até o momento de acessarmos o mestrado. Uma vez na pós-graduação destacam-se os desafios para o acesso e permanência neste espaço. Compreendo que a nossa presença na pós-graduação é impactada pelo racismo e sexismo, que juntos erigiram como modelo de intelectualidade, o homem branco, heteronormativo e CIS, além de estabelecerem a academia como o único espaço de legitimação de conhecimento, recusando a produção de saberes localizados nas vivências de mulheres negras. Destaco o movimento de mulheres negras e o movimento negro como protagonistas na luta histórica que vem denunciando a exclusão da/o negra/o na educação, e que em um compromisso político-epistemológico, também denuncia a colonização do conhecimento. O contato com o feminismo negro, com a produção de intelectuais negras, e com as problematizações que vêm ocorrendo acerca deste modelo de universidade, faz emergir novas possibilidades; e pensar sobre o acesso à este espaço, sobretudo traz à tona a compreensão de que a nossa presença causa rupturas e apresenta outras epistemologias possíveis, outras formas válidas de produzir conhecimento. In this research, we present some observations on the presence of black women in the Post-Graduate Program in Social Work and Social Policies (PPGSSPS) of Federal University of São Paulo (UNIFESP-BS). Through my narrative and the narratives of five black women from the first and second classes of the program, it is possible to learn from their path taken from the first study, high school and graduation until the moment of accessing the Master’s program; once achieved the post-graduation course, we highlight the challenges of access and permanence in this space. We understand that our presence in the post-graduation course it’s affected by racism and sexism, that together, has elected white, straight and cis men as a model of intellectuality; besides establishing the academy as the only space of legitimation of knowledge, refusing to recognize the production of knowledge found in the experiences of life of black women. We highlight the black women’s movement and the black movement as protagonists in the historical struggle that has been denouncing the exclusion of black people in education, and that also, in a political-epistemological commitment, has been denouncing the colonization of knowledge. The contact with black feminism, and the productions of black intellectuals, besides the questioning that has been occurring on this model of university, opens up new possibilities; and also, to think about the access to this space, above all, brings to light the comprehension that our presence causes ruptures and presents new possible epistemologies, another valid ways of producing knowledge.