Dissertação de mestrado
De Bispo A Santo? Cipriano De Cartago Como Um Bispo-Mártir Exemplar Na Vita Cypriani, De Pôncio
Fecha
2017-05-29Registro en:
2017-1074.pdf
Victor Andrade Godoy.pdf
Autor
Godoy, Victor Andrade [UNIFESP]
Institución
Resumen
In this study, we seek to analyze a narrative dedicated to the life and death of Saint Cyprian of Carthage, converted to the Christian faith in the vicinity of 246, elected bishop near 248-49, and crowned as a martyr in 258: the Vita Cypriani, which his deacon, Pontius, composed at the end of the decade of 250 in order to render saintly or exemplary his life as a bishop and his death as a martyr. Firstly, we intent to understand which new meanings Pontius gave to which well-known events to defend Cyprian (accused of having fled from Carthage during the implantation of Decius's edict due to a fear of martyrdom) and to laud his life and death in order to offer to posterity the memory of a double example of a bishop-martyr which could incite imitation of itself amongst the Christians. We also aim at analyzing the three elements in which Pontius composed the memory of the double example of a bishop-martyr given by Cyprian in the course of his life and at the moment of his death, namely: his lessons on the unity of the Church, his acts of charity, and his martyrial death. At last, we wish to understand the behavioral change that Pontius tried to elicit in his interlocutors through the imitation of such lessons, acts and death. To do this, we will bear in mind the texts which Pontius read and used to compose the Vita Cypriani, namely: the letters and the sermons penned by the bishop-martyr, the Passio Perpetuae, and the Acta Cypriani. Neste estudo, visa-se analisar uma narrativa dedicada à vida e à morte de Cipriano de Cartago, convertido à fé cristã em cerca de 246, eleito bispo por volta de 248-49, e coroado mártir em 258. Tal narrativa, intitulada de Vita Cypriani, foi escrita pelo diácono Pôncio ao fim da década de 250, a fim de tornar santas ou exemplares tanto a vida de Cipriano como bispo de Cartago, quanto sua morte como mártir. Neste trabalho, inicialmente apresentamos quais novos sentidos Pôncio deu a quais eventos para tecer a defesa de Cipriano, após a acusação de que teria fugido de Cartago no decorrer da implantação do édito de Décio de 250 devido ao medo do martírio. Também destacamos os três elementos nos quais Pôncio compôs a memória do duplo exemplo de bispo-mártir dado por Cipriano no decorrer de sua vida e no momento de sua morte, a saber: suas lições acerca da unidade da Igreja, seus atos de caridade, e seu martírio. Consideramos que, com sua obra, Pôncio procurou urdir um louvor à sua vida e à sua morte para oferecer a coevos e pósteros a memória de um duplo exemplo de bispo-mártir que fosse capaz de suscitar imitação de si em meio à comunidade cristã. Neste sentido, procuramos compreender a mudança comportamental que Pôncio tentou suscitar em possíveis interlocutores a partir da imitação de tais lições, dos atos de caridade praticados, e de sua morte martirial. Para tanto, teremos em mente e em mãos o corpus de textos que Pôncio leu e usou para compor a Vita Cypriani, o qual contém as cartas e os sermões do bispo-mártir; a Passio Perpetuae; e as Acta Cypriani.