Tese
Avaliação de protocolos para indução de resposta imune contra antígenos recombinantes de leishmania chagasi
Fecha
2016-06-21Autor
Santos, Lenita Ramires dos
Institución
Resumen
A
leishmaniose visceral (LV), causada pela L. infantum/L. chagasi, é uma doença infecciosa na qual
o cão doméstico é considerado o principal reservatório do agente causal. Uma vacina canina
efetiva pode contribuir para o controle da LV tanto no homem como no cão. Nosso grupo de
pesquisas está avaliando um painel de proteínas recombinantes de formas amastigotas de L.
chagasi a fim de identificar potenciais candidatos à vacina. Neste estudo, foram testados
diferentes protocolos de imunização objetivando induzir uma resposta imune específica tipo Th1
para tais moléculas candidatas. Grupos de camundongos BALB/c foram injetados 3 vezes em
intervalos de 3 semanas, com (a) salina, (b) plasmídeo pBK-CMV vazio, (c) pBK-CMV-Lc9, (d)
pBK-CMV-Lc13, (e) pBK-CMV-Lc14, (f) pBK-CMV-Lc18; (g) uma mistura de plasmídeos ou
(h) uma mistura de plasmídeos associado a pcDNA.3.1-sc-muIL-12. Os plasmídeos foram
injetados por via intramuscular seguida de eletroporação. Três outros grupos de animais foram
introduzidos no estudo e injetados com (i) uma mistura de plasmídeos por via intramuscular sem
eletroporação e (j) Lc9 recombinante (rLc9) associada à saponina e (k) plasmídeo pBK-CMVLc9
nas duas primeiras séries de injeções e rLc9/saponina na terceira e última injeção. Após a
terceira série de injeções, a produção de anticorpos específicos da classe IgG, assim como a
produção de anticorpos das subclasses IgG1 e IgG2a, foram avaliadas por ELISA e a resposta
imune celular foi avaliada em termos de resposta proliferativa e produção de citocinas (IFN-g, IL-
4, IL-5). No dia 30 e 90 após a terceira série de injeções, os grupos de camundongos de (a) a (i)
foram desafiados pela injeção de L. chagasi e a carga parasitária no baço foi determinada,
respectivamente. Os grupos injetados com pBK-CMV-Lc9 e pBK-CMV-Lc14 produziram
anticorpos específicos da subclasse IgG, com predomínio de anticorpos da subclasse IgG2a. A
indução de resposta imune celular foi evidenciada após o desafio com promastigotas de
L.infantum/chagasi pela produção específica de IFN- no grupo injetado com pBK-CMV-Lc9
(12,77 ng/mL, p < 0,05) e resposta proliferativa em células do grupo de animais injetado com
pBK-CMV-Lc14. A produção de IFN- foi induzida também após a injeção de uma mistura de
plasmídeos associado a pcDNA3.1-scmu-IL-12 após estimulação in vitro com rLc9, antes (0,32
ng/mL, p < 0,05) e após o desafio (7,7 ng/mL, p < 0,05). Entretanto, em apenas dois de seis
animais do grupo injetado com pBK-CMV-Lc9 houve diminuição da carga parasitária no baço.
Provavelmente a intensidade da resposta imune específica induzida não foi forte o suficiente para
induzir proteção nos animais imunizados. O protocolo de imunização com a administração inicial
de DNA plasmideal pBK-CMV-Lc9 seguida de reforço com a proteína rLc9/saponina foi capaz
de aumentar a intensidade da resposta imune específica. Novos experimentos serão realizados a
fim de explorar a capacidade protetora induzida por Lc9, neste e em outros esquemas de
imunização.