Dissertação
PROCESSOS COMPARTILHADOS EM DANÇA: experiências de criação e aprendizagem
Fecha
2014-09-08Autor
Rocha, Lucas Valentim
Rocha, Lucas Valentim
Institución
Resumen
Este estudo surge do interesse em discutir questões que perpassam o cotidiano de diversos
artistas e professores que vivenciam experiências de criar e aprender em coletivo. Dada as
especificidades de tais processos, propomos observar a criação e a aprendizagem enquanto
instâncias impossíveis de serem entendidas separadamente. Para o desenvolvimento desta
argumentação, observamos três coletivos de artistas residentes na cidade de Salvador/BA:
Coletivo Quitanda, Coletivo TeiaMUV e Núcleo VAGAPARA. Outro campo de análise é o
processo de criação do espetáculo O QUE FICA, desenvolvido ao longo do ano de 2012, pelo
Grupo de Dança Contemporânea da UFBA. É relevante dizer que estaremos aqui partindo de
pressupostos evolucionistas para tratar a criação em dança enquanto um processo coevolutivo
entre os corpos que dançam e o contexto onde se insere a dança. Desse modo, não é possível
pensar a dança separada da vida desses sujeitos que dançam, como que suspensa em um
espaço-tempo, pois o corpo que dança, também fala, anda, troca informações e vive outras
experiências para além da criação. Fazem parte desta discussão autores com Edgar Morin, em
seus estudos sobre a complexidade; Helena Katz e Christine Greiner, ao abordarem os
processos coevolutivos entre corpo, mente e ambiente. Quando nos aprofundamos nos
aspectos que dizem respeito à criação em coletivo, alguns eixos de observação/análise foram
escolhidos, tais como: processo, aprendizagem, autonomia, colaboração, cooperação, autoria e
hierarquia. Pesquisadores de diferentes áreas foram postos em relação com o objetivo de
discutir tais eixos de observação/análise, dentre os principais: na Educação, Paulo Freire e
Hugo Assman, a fim de discutir questões de aprendizagem e autonomia; na área da
Comunicação e Semiótica, aproximamo-nos de Cecília Almeida Salles, com sua pesquisa
sobre o processo de criação enquanto um gesto inacabado; já os filósofos Peter Pál Pelbart e
Roberto Esposito compõem esse trabalho na medida em que sustentam uma discussão política
acerca dos processos compartilhamento; por fim, o sociólogo Richard Sennett e a professora
de dança Gladistoni Tridapalli nos ajudam a refletir sobre habilidades como cooperação e
investigação, respectivamente.