Trabalho de Conclusão de Curso
Preditores de apneia obstrutiva do sono em pacientes com hipertensão arterial resistente
Fecha
2013-10-31Autor
Teixeira, Ricardo Ribeiro do Nascimento
Institución
Resumen
Introdução: O reconhecimento e tratamento de fatores associados à hipertensão arterial
sistêmica (HAS) é essencial para o controle adequado da pressão arterial (PA) e consequente
redução do risco cardiovascular. A apneia obstrutiva do sono (AOS) pode ser encontrada em
grande parte dos pacientes com HAS essencial e hipertensão arterial resistente (HAR),
estando associada a risco aumentado para HAS, doença arterial coronariana, insuficiência
cardíaca congestiva e de mortalidade por causas cardiovasculares. Assim, fica clara a
importância do reconhecimento de fatores preditores de AOS, como obesidade central,
circunferência cervical aumentada, presença de roncopatia e síndrome metabólica,
especialmente na população com HAR. Objetivos: Avaliar a prevalência de fatores preditores
de AOS em indivíduos com HAR, bem como suas características clínicas e laboratoriais,
utilizando uma escala validada para avaliar pseudo-resistência. Metodologia: Participaram
deste estudo transversal 78 pacientes com HAR de um ambulatório de Salvador-Bahia.
Durante a entrevista foram coletados dados clínicos, sociais e bioquímicos, registrados os
medicamentos utilizados e realizadas suas medidas antropométricas. Depois foram divididos
em grupos de pacientes aderentes e não aderentes; homens e mulheres; idosos e não idosos;
PA controlada e não controlada; com e sem síndrome metabólica (SM). Resultados: Nossa
população foi representada principalmente por mulheres, idosos e não-brancos. Houve grande
prevalência de obesidade central, SM, roncopatia, diabetes, hipertensos não aderentes e com
PA não controlada. Notou-se que os pacientes em geral faziam uso da terapêutica preconizada
para HAR. Os homens foram mais aderentes à terapêutica do que as mulheres (P = 0,03); não
houve diferenças entre os valores pressóricos entre os pacientes aderentes e não aderentes.
Não houve diferença em nenhum preditor de AOS entre pacientes com PA controlada e não
controlada. Dentre os pacientes com síndrome metabólica, foi mais comum a presença de
circunferência cervical aumentada (P = 0,01). Discussão: o presente estudo corrobora com o
descrito na literatura e encontrou uma grande prevalência de preditores de AOS em pacientes
com HAR. Estes, entretanto, não influenciaram no controle da PA. A SM foi um achado
muito frequente e está associada à circunferência cervical aumentada, o que contribui com a
patogênese da AOS. As principais limitações do nosso estudo foram a não realização da
monitorização ambulatorial da PA (MAPA) para descartarmos o “efeito do jaleco branco”
nem da polissonografia para fecharmos o diagnóstico de AOS. Conclusões: Há grande
prevalência de fatores preditores de AOS nessa população e o controle da PA não esteve
associado à adesão medicamentosa nesses pacientes.