Dissertação
Microalgas como matéria-prima para geração de biocombustíveis: uso da vinhaça como alternativa de redução de custos e contribuição à sustentabilidade
Fecha
2013-06-11Autor
Marques, Sheyla Santa Isabel
Marques, Sheyla Santa Isabel
Institución
Resumen
Em vista das estimativas de aumento da demanda global por energia, se intensificaram as
previsões relativas à insustentabilidade de uso dos combustíveis fósseis, não apenas devido
à possível diminuição do suprimento de petróleo, mas ao aumento das emissões de gases de
efeito estufa. Em nível mundial, o Brasil está entre os maiores produtores de
biocombustíveis de primeira geração; entretanto, o uso desta tecnologia envolve a exigência
de maior extensão das culturas de oleaginosas e alterações no uso da terra, o que possibilita
o retorno de CO2 à atmosfera, a partir do carbono retido no solo. A produção de microalgas
como matéria–prima é indicada como uma solução mais eco-compatível; porém, a
diminuição dos custos de produção exige o uso de restos industriais ou domésticos, como
fornecedores de nutrientes. A industrialização da cana para a produção do etanol resulta na
geração de grande quantidade de vinhaça. A utilização deste efluente industrial após o
tratamento anaeróbio é sugerido como uma opção a ser testada. O presente trabalho teve
como objetivo avaliar o potencial da vinhaça tratada, como fonte alternativa de nutrientes
para o cultivo de microalgas, visando o suprimento da cadeia produtiva de biocombustíveis.
O desenvolvimento do trabalho está inserido em um artigo científico elaborado com os
dados experimentais. No artigo é avaliado o crescimento de Chlorella vulgaris em vinhaça
como fonte alternativa de nutrientes. Com resultados satisfatórios, o presente trabalho
indica a viabilidade do tratamento anaeróbio da vinhaça em gerar um efluente capaz de
suprir as necessidades para o crescimento da microalga Chlorella vulgaris. Com isso, é
possível a integração do cultivo à usina sucroalcooleira, no que diz respeito ao
aproveitamento do resíduo tratado, além do CO2 gerado. O trabalho mostra resultados que
fecham o ciclo de produção da microalga. A alga é cultivada em efluente de reator anaeróbio
(vinhaça tratada), após colheita e este meio pode ser utilizado para diluir a própria vinhaça
para um novo processo de tratamento anaeróbio; e a biomassa, após seca e com os
produtos de interesse extraídos, pode ser utilizada na alimentação de reatores anaeróbios
que tratarão a vinhaça. A digestão da vinhaça com a biomassa irá gerar CO2 que também
pode ser utilizado para crescimento do cultivo, além da produção de metano, como outra
fonte de energia renovável.