Tese
Avaliação do reparo ósseo em mandíbulas de ratas ovariectomizadas e submetidas à distração osteogênica
Fecha
2011-12-15Autor
Souza, Mady Crusoé de
Souza, Mady Crusoé de
Institución
Resumen
Ainda que os mecanismos de osteogênese na reparação da matriz óssea sejam entendidos, pouco se sabe sobre a influência da deficiência de estrógeno promovida pela ovariectomia neste reparo. A distração osteogênica mandibular, técnica empregada nas correções de deformidades maxilares, constitui um modelo para estudo da reparação óssea. Sabe-se que a angiogênese está relacionada à osteogênese no reparo e que seus fatores locais, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), podem também estar relacionados diretamente com a osteogênese. Objetivo: o propósito deste estudo foi avaliar o reparo ósseo de mandíbulas de ratas ovariectomizadas submetidas à distração osteogênica mandibular, utilizando análise morfológica, histomorfométrica, radiográfica e imunohistoquímica. Metodologia: trinta ratas Wistar de três meses de idade foram submetidas à distração osteogênica mandibular. Metade destes animais foi previamente submetida à ovariectomia. Decorridos 7, 14 e 28 dias, os animais foram sacrificados e suas hemimandíbulas foram removidas e radiografadas. Em seguida, os fragmentos foram descalcificados e processados para inclusão em parafina. Alguns cortes foram corados com hematoxilina e eosina (H&E), para análise morfológica e histomorfométrica, outros corados com alcian blue-eosina para confirmação histológica de áreas de cartilagem e outros ainda submetidos ao método imuno-histoquímico para VEGF e seu receptor FLT-1. Resultados: A análise morfológica da distração mostrou uma região de tecido conjuntivo fibrocelular envolvido por matriz de cartilagem que gradualmente foi substituída por tecido ósseo. A fusão completa das extremidades ósseas foi observada apenas nos animais não ovariectomizados. A avaliação radiográfica digital não apresentou diferenças estatísticas entre os grupos e períodos avaliados. O volume ósseo é significativamente maior nos animais não ovariectomizados quando comparados aos animais ovariectomizados no periodo de 28 dias (p≤0,05) e maior no período de 28 dias comparado com o de 7 dias entre os animais não ovariectomizados (p≤0,01). Osteoblastos, osteoclastos e células conjuntivas exibiram imunomarcação para VEGF e seu receptor FLT-1. Conclusões: A osteogênese induzida pela distração osteogênica mandibular em ratas ovariectomizadas foi mais lenta, sugerindo a influência do estrógeno no reparo. A avaliação radiográfica digital não apresentou sensibilidade para detecção de densidade de matriz óssea no reparo ao longo dos períodos. As células imunomarcadas pelo VEGF e seu receptor sugerem que estas moléculas possam estar envolvidas diretamente no reparo ósseo.