doctoralThesis
A língua e o fortalecimento da identidade étnica dos Xukuru da Serra do Ororubá em busca do sentido do ser
Autor
CARVALHO, Solange Carlos de
Institución
Resumen
LIMA, Stella Virgínia Telles de Araújo Pereira, também é conhecida em citações bibliográficas por: TELLES, Stella Virgínia Este estudo versou sobre o acontecimento do Ser Xukuru, um grupo indígena, localizado na Serra de Ororubá, em Pesqueira-PE, que vivencia um processo de fortalecimento da identidade étnica, cuja busca pela revitalização da língua ancestral perdida foi uma das iniciativas, não chegando a se configurar um drama existencial, mas um ponto de maior visibilidade e redução de preconceitos. Assim, o foco do estudo foi o acontecimento do Ser Xukuru, por entendermos que todo ente privilegiado é um ser em construção. Para melhor entender esse ser étnico o qual, como os demais povos indígenas do Nordeste, não manteve a língua, e por isso fora vítima de apagamento, partimos de sua historicidade do impacto da violência simbólica que sofreram os povos indígenas do Nordeste no período colonial e como passaram a ser estudado no pós-colonialismo. Fundamentamos o estudo, quanto percurso etno-histórico, na visão crítica de Oliveira (1998, 1998, 2011) sobre olhar socioantropológico em relação aos indígenas do Nordeste, pontuando com a perspectiva de Bourdieu (1989; 2007a; 2007b), no que respeita as relações assimétricas e de poder; entre outros olhares sobre o doloroso processo de autoidentificação étnica para a Retomada dos aldeamentos, a exemplo de Silva (1995; 1998; 2004); Souza (1998). Quanto às questões do Ser, contamos com os postulados teórico-metodológicos de Heidegger (2005; 2012; 20115) e sua ontologia da facticidade. No âmbito da língua, apoiamos o estudo nos postulados de Labov (2008); Gnerre (1991); atentamos ainda para as concepções hetorodoxas sobre as línguas em extinção e morte de uma língua em Crystal (2002); Cristófaro (1992) e outros autores; nas observações pertinentes de Rodrigues (1976, 1993, 1994, 2005) quanto aos estudos das línguas indígenas. Um dos principais condicionantes do apagamento linguístico dos grupos indígenas do Nordeste, à exceção dos Funiô de Águas Belas, os quais ainda mantêm sua língua (Yatê), foi a proibição do uso das línguas nativas dos indígenas pela lei pombalina que impôs o uso obrigatório do Português. Aviltados em sua identidade étnica, com a (des)territorialização, os Xukuru sofreram perseguições, e, como forma de sobrevivência, assumiram invisibilidade, aceitando a alcunha de “caboclos” que parecia descredenciá-los como indígena. Resistentes, com a ajuda fundamental de seu líder, Francisco de Assis Araújo, o cacique Xicão, conseguiram os aldeamentos, a 18km de Pesqueira-PE, em Cimbres, onde convivem em comunidade. As Terras Indígenas (TI) são distribuídas em três regiões: Agreste, Serra e Ribeira, nas quais estão localizadas 24 aldeias cada uma com seu respectivo representante, sob a liderança do cacique Marcos, e os cuidados espirituais do Pajé, Zequinha. Os resultados da pesquisa sugeriram que os Xukuru da Serra do Ororubá assumem com convicção sua identidade étnica xukuru, ressentindo-se do apagamento de sua língua ancestral, sobretudo quando o contexto situacional perpassa por questões afirmativas ante à sociedade nacional. Pelo tom melancólico dos mais velhos, para os quais a língua guarda os segredos da etnia, observamos uma preocupação quanto ao futuro. This study focused on the event of Ser Xukuru, an indigenous group, located in the Serra de Ororubá, in Pesqueira-PE, which experiences a process of strengthening ethnic identity, whose quest for the revitalization of the lost ancestral language was one of the initiatives, no being an existential drama, but a point of greater visibility and reduction of prejudices. Thus, the focus of the study was the event of the Being Xukuru, because we understand that every privileged entity is a being in construction. In order to better understand this ethnic group, which, like the other indigenous peoples of the Northeast, have not preserve their language, and therefore was a victim of extinction, we start from its historicity of the impact of the symbolic violence suffered by the indigenous peoples of the Northeast in the colonial period and as they came to be studied in post- colonialism. ´This study taked base, in respect to ethnohistorical way, on Oliveira´s (1998, 1998, 2011) critical view; about the socio-anthropological pointing of view in respect to indians of the Northeast, the Bourdieus perspective (1989, 2007a); in respect the asymmetrical relations and power; among otherglances about the hard process of ethnic self-identification for the Reconquest of their settlements, as Silva (1995, 1998; Souza (1998). As for the questions of Being, we rely on Heidegger´s theoretical-methodological postulates (2005; 2012; 20115) and his ontology of facticity. In the scope of language, we support the study in the postulates of Labov (2008); Gnerre (1991); we also look at the hetorodox conceptions of languages inextinction and a language death in Crystal (2002); Cristófaro (1992) and otherauthors; in the pertinent observations of Rodrigues (1976, 1993, 1994, 2005) regarding the studies of indigenous languages. One of the main determinants of the linguistic enfeeblement of the indigenous groups of the Northeast, with the exception of the Funi-ô de Águas Belas, which still maintains their language (Yate), was the prohibition of the use of indigenous languages by the Pombaline law that imposed compulsory use of Portuguese. Debauched in their ethnic identity, with (dis)territorialization, the Xukuru suffered persecutions, and, as a form of survival, they assumed invisibility, accepting the nickname of “caboclos”; that seemed to disqualify them as indigenous. Resistant, with the fundamental help of their leader, Francisco de Assis Araújo, cacique Xicão, they managed the villages, 18km from Pesqueira-PE, in Cimbres, where they live in community. The Indigenous Lands (TI) are distributed in three regions: Agreste, Serra and Ribeira, in which are located 24 villages each with its respective representative, under the leadership of the chief Marcos, and the spiritual care of the Pajé, Zequinha. The results of the research suggest that the Xukuru of the Serra do Ororubá assume with conviction their ethnic identity xukuru, resenting the erasure of their ancestral language, especially when the situational context perpasses by affirmative questions before the majority society. By the melancholy tone of the elders, to whom the language holds the secrets of the ethnicity, we observe a concern for the future. Este estudio versó sobre el acontecimiento del Ser Xukuru, un grupo indígena, ubicado en la Sierra de Ororubá, en Pesqueira-PE, que vive un proceso de fortalecimiento de la identidad étnica, cuya búsqueda por la revitalización de la lengua ancestral perdida fue una de las iniciativas, no llegando a configurar un drama existencial, pero un punto de mayor visibilidad y reducción de prejuicios. Así, el foco del estudio fue el acontecimiento del Ser Xukuru, por entender que todo ente privilegiado es un ser en construcción. Para entender mejor ese ser étnico el cual, como los demás pueblos indígenas del Nordeste, no mantuvo la lengua, y por eso fue víctima del olvido, partimos de su historicidad del impacto de la violencia simbólica que sufrieron los pueblos indígenas del Nordeste en el período colonial y como pasaron a ser estudiados en el Poscolonialismo. En el caso de los indígenas del Nordeste, puntuamos con la perspectiva de Bourdieu (1989, 2007a, 2007b), en lo que se refiere a las relaciones entre los habitantes del Nordeste, relaciones asimétricas y de poder; entre otras miradas sobre el doloroso proceso de autoidentificación étnica para la Retomada de los pueblos, a ejemplo de Silva (1995; 1998; 2004); (1998). Respecto a las cuestiones del Ser, contamos con los postulados teórico-metodológicos de Heidegger (2005, 2012, 20115) y su ontología de la facticidad. En el ámbito de la lengua, apoyamos el estudio en los postulados de Labov (2008); Gnerre (1991); y en El caso de las lenguas em extinción y muerte de una lengua, en Cristal (2002), atentamos para las concepciones heterodojas sobre las lenguas em extinción y muerte de una lengua em Cristal, Cristófaro (1992) y otros autores; en las observaciones pertinentes de Rodrigues (1976, 1993, 1994, 2005) sobre los estudios de las lenguas indígenas. Una de las principales condicionantes del olvido lingüístico de los grupos indígenas del Nordeste, a excepción de los Funiô de Aguas Belas, los cuales aún mantienen su lengua (Yatê), fue la prohibición del uso de las lenguas nativas de los indígenas por la ley pombalina que impuso el uso obligatorio del " portugués. En el caso de los judíos, los Xukuru sufrieron persecuciones, y, como forma de supervivencia, asumieron invisibilidad, aceptando el apodo de "caboclos" que parecía describirlos como indígena. Resistencia, con la ayuda fundamental de su líder, Francisco de Asís Araújo, el cacique Xicão, lograron los pueblos, a 18km de Pesqueira-PE, en Cimbres, donde conviven en comunidad. Las Tierras Indígenas (TI) se distribuyen en tres regiones: Agreste, Serra y Ribeira, en las que están ubicadas 24 aldeas cada una con su respectivo representante, bajo el liderazgo del cacique Marcos, y los cuidados espirituales del Pajé, Zequinha. Los resultados de la investigación sugirieron que los Xukuru de la Sierra del Ororubá asumen con convicción su identidad étnica xukuru,
resistiéndose al olvido de su lengua ancestral, sobre todo cuando el contexto situacional atraviesa por cuestiones afirmativas ante la sociedad nacional. Por el tono melancólico de los mayores, para los que la lengua guarda los secretos de la etnia, observamos una preocupación hacia al futuro.