Tesis
Análise dos fatores prognósticos do uso da ventilação não-invasiva em pacientes com diagnóstico de tumores sólidos em insuficiência respiratória aguda
Fecha
2021-08-20Registro en:
LIMA, Francisco Valdez Santos de Oliveira. Análise dos fatores prognósticos do uso da ventilação não-invasiva em pacientes com diagnóstico de tumores sólidos em insuficiência respiratória aguda. 2021. 125 f., il. Tese (Doutorado em Ciências e Tecnologias em Saúde) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Lima, Francisco Valdez Santos de Oliveira
Institución
Resumen
Introdução: A ventilação não invasiva (VNI) é um tratamento bem estabelecido para a insuficiência
respiratória aguda (IRpA) em pacientes com câncer hematológico. No entanto, o impacto da VNI na
mortalidade de pacientes com tumores sólidos não é bem estabelecido. Objetivo: Definir os
preditores associados à falha da VNI e descrever o risco de mortalidade de pacientes com tumores
sólidos que necessitaram de VNI para tratamento de IRpA em unidade de cuidados intensivos (UTI).
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes com diagnóstico de tumores sólidos internados
na UTI de um hospital público, referência em oncologia, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017,
para tratamento de câncer que evoluíram com o quadro de IRpA, e que utilizaram a VNI como
primeira linha de tratamento. As informações dos pacientes e os exames laboratoriais de interesse
para o estudo foram obtidos a partir de um banco de dados, construído por meio prontuários
eletrônicos e exames complementares. Nosso desfecho primário foi a falha frente ao uso da VNI, e o
desfecho secundário a mortalidade na UTI e hospitalar. Um modelo regressão de riscos proporcionais
de Cox foi usado para identificar variáveis associadas à mortalidade e falha da VNI. As análises de
Kaplan-Meier foram realizadas para demonstrar a sobrevivência cumulativa. Resultados: Foram
incluídos 226 pacientes com tumores sólidos. A mortalidade em UTI e hospitalar foi de 57,5% e
69,5%, respectivamente. A VNI falhou em 52,2% dos pacientes incluídos. O uso de vasopressores
(HR 2,58 [IC 95%: 1,41-4,73] p = 0,02) e lactato basal (HR 1,13 [IC 95% 1,06-1,20] p = 0,001) foram
associados à falha de VNI, com a duração da VNI (HR 0,93 [IC 95%: 0,89-0,97] p = 0,003) associada
ao sucesso desta intervenção, enquanto o uso de vasopressores (HR 2,48 [IC 95%: 1,43-4,30] p =
0,001), lactato arterial basal (HR 1,20 [IC 95%: 1,07-1,35] p = 0,003), relação PaO2/FiO2 basal (HR
1,33 [1,11] -1,55] p = 0,002) e sucesso de VNI (HR 0,17 [IC 95%: 0,10-0,27] p = 0,005) foram
independentemente associados à mortalidade hospitalar. Conclusões: O sucesso da VNI foi
independentemente associado a uma redução nas taxas de mortalidade tanto na UTI como no hospital.
Em pacientes com indicação de terapia para VNI, o aumento na duração dessa intervenção foi
associado a maior probabilidade de sucesso da VNI.