Tesis
Satisfação e Resposta Sexual Feminina na Gravidez : uma avaliação pelo Quociente Sexual – Versão Feminina
Fecha
2021-11-04Registro en:
PIRES, Fernanda Carobas Aires Correia. Satisfação e Resposta Sexual Feminina na Gravidez: uma avaliação pelo Quociente Sexual – Versão Feminina. 2021. 146 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Pires, Fernanda Carobas Aires Correia
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: as mudanças que ocorrem na gravidez podem desencadear a necessidade de
adaptações e ações educativas de saúde para que a gestante continue vivenciando a sexualidade
de forma saudável na gravidez. O presente estudo teve por objetivo avaliar o desempenho e
satisfação da função sexual de mulheres no período gravídico assistidas no pré-natal em Unidade
Básica de Saúde (UBS).
MÉTODOS: trata-se de um estudo transversal, descritivo exploratório, com abordagem quantitativa.
A amostra foi composta por 61 gestantes, de risco habitual, atendidas na Rede de Atenção Primária
à Saúde do Sistema Único de Saúde- SUS, em unidade básica de saúde de
Ceilândia-DF. Após a coleta e a tabulação dos dados armazenados em forma de planilha eletrônica,
utilizou-se a Estatística Clássica Excel para análise descritiva. Os dados foram coletados de 30 de
outubro de 2019 a março de 2020, sendo utilizados dois instrumentos: Q1, para caracterização das
variáveis sociodemográficos/ginecológicas; Q2, para avaliar os domínios da função e satisfação
sexual feminina na gravidez, pela escala Quociente Sexual – Versão Feminina (ABDO, 2006).
RESULTADOS: as gestantes apresentavam idade média de 27 anos, a maioria era nascida em
Ceilândia, parda, casada ou em união estável, sem renda ou com renda de até um salário mínimo e
cursaram o ensino médio completo. Quanto aos dados ginecológicos/obstétricos, a maioria era
multigesta, não desejava engravidar no momento, era Cis heterossexual, praticou sexo na gestação
anterior, não praticava masturbação (antes ou na gravidez) e não relatou nenhum tipo de infecção
sexualmente transmissível (IST). A maioria das participantes referiu que os profissionais de saúde
não abordavam a temática sexualidade na gestação durante as consultas do pré-natal. Com relação
aos domínios da resposta sexual pelo Q2, a grande maioria (81,97%) das gestantes teve
desempenho sexual satisfatório na gravidez, sendo que 52,46% teve desempenho bom à excelente
e 29,51% respondeu ter desempenho de regular a bom. A minoria das mulheres gestantes (18%)
obteve no resultado final do QS-F, um escore abaixo de 60 pontos, sendo que 7 (11,48%) tiveram
desempenho desfavorável à regular, 3 (5%) tiveram desempenho ruim à desfavorável, e apenas 1
(1,62%) teve o escore nulo à ruim, por não ter respondido as questões referentes ao QS-F. Com
relação aos cinco domínios da resposta sexual a maioria das gestantes respondeu que: há desejo e
interesse sexual em pelo menos 50% das vezes; as preliminares sempre estimulam; excitação e
sintonia com o parceiro ocorre sempre; há dor na relação em menos de 50% das vezes; e orgasmo
e satisfação ocorrem na maioria das vezes ou sempre. A minoria das mulheres gestantes referiu ter
uma ou mais disfunções sexuais, sendo que as disfunções sexuais que prevaleceram foram
dispareunia, disfunção do desejo sexual hipoativo e anorgasmia, disfunção de excitação e o
vaginismo.
CONCLUSÃO: os resultados deste estudo confirmam que mulheres gestantes podem
continuar tendo um bom funcionamento da função sexual na gravidez, assim como satisfação e bons
resultados nos domínios referentes a resposta sexual feminina apesar da falta de abordagem da
temática pelos profissionais de saúde.