Tesis
Megaeventos esportivos no Brasil : as infraestruturas urbanas e seus rebatimentos nas cidades-sede
Fecha
2020-03-02Registro en:
SILVA, Anderson Ferreira da. Megaeventos esportivos no Brasil: as infraestruturas urbanas e seus rebatimentos nas cidades-sede. 2019. 407 f., il. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Silva, Anderson Ferreira da
Institución
Resumen
Os megaeventos esportivos no Brasil são lembranças ainda muito recentes nos cenários das cidades brasileiras, sobretudo naquelas que foram utilizadas como capitais-sede. Deles, muito se falou sobre projetos, obras, usos e investimentos financeiros. Apesar da existência de inúmeras pesquisas sobre o tema, pouco se trabalhou no sentido reunir as doze cidades-sedes e colocá-las sob um único modelo analítico a partir dos custos, projetos, obras, finanças e comportamentos urbanos. O intuito desta pesquisa é fazer um estudo lato sensu a partir da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, e stricto sensu, sobre as cidades-sede da Copa. O universo de trabalho é composto por 12 cidades-sedes, no recorte temporal de uma década, a partir do anúncio das cidades-sede pela FIFA e a definição das Olimpíadas do Rio pelo COI, ambos em 2009. São estabelecidas duas abordagens sobre as obras de infraestrutura urbana do Primeiro Ciclo de Planejamento da FIFA (arenas/estádios, aeroportos, portos e mobilidade urbana/transporte). Na primeira, para construção do cenário total de investimentos, são considerados os documentos oficiais da Copa e das Olimpíadas, matrizes de responsabilidades e planos de políticas públicas, suas primeiras versões, variações e versões finais. A segunda abordagem se ocupa em analisar os projetos e obras das doze cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e para isso são desenvolvidas duas frentes: uma pelos custos e usos, considerando as fases de projetos, obras, finanças, usabilidade e gestão e a outra avalia os impactos causados pelos projetos dentro de raios estabelecidos, verificando as existências de intervenções, transformações e adaptações urbanas e rebatimentos na estruturação e/ou
reestruturação urbanas e sociais das cidades. A condução do estudo foi através do respaldo teórico e da contextualização dos megaeventos esportivos no mundo e no Brasil e suas reverberações, a partir dos aspectos teóricos da estruturação do espaço urbano e da leitura e construção da paisagem urbana. Foram argumentadas as implantações dos edifícios e das obras urbanas, suas pertinências, investimentos, especulação urbana imobiliária e os censos e contrassensos entre planejamento, projeto, obra, execução e funcionamento. Dos resultados, ficaram três grandes inferências: (1) os valores investidos extrapolaram as previsões e as prestações de contas feitas pelo estado, (2) as obras foram construídas sem previsões mais certeiras de usos futuros e (3) as infraestruturas construídas atuaram como estruturadoras e transformadoras dos espaços urbanos juntamente com os valores por elas motivados.