Tesis
Equipes que aprendem : o papel dos comportamentos colaborativos de aprendizagem
Fecha
2018-10-08Registro en:
DESSEN, Ivana Campos. Equipes que aprendem: o papel dos comportamentos colaborativos de aprendizagem. 2018. v, 134 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Dessen, Ivana Campos
Institución
Resumen
A maneira como as equipes aprendem auxilia seus membros a interpretar cenários, a solucionar problemas e a se desenvolverem, contribuindo para a sua efetividade e a das organizações em que estão inseridas. A aprendizagem de equipes é definida como um fenômeno multinível, em que processos contínuos de compartilhamento, arquivamento e recuperação da informação resultam no desenvolvimento de modelos mentais compartilhados, de sorte a promover potenciais mudanças no comportamento do grupo. Nesse cenário, destaca-se o papel dos comportamentos colaborativos de aprendizagem, que são padrões de interação que favorecem a aquisição de conhecimentos partilhados pela equipe, levando à construção coletiva do conhecimento. Tendo em vista a importância desses comportamentos, a presente pesquisa visa (a) mensurar a influência exercida por atributos do contexto e do grupo para propiciar tais comportamentos, bem como (b) identificar possíveis consequências desses comportamentos. Entre os atributos do contexto, ênfase é dada ao papel do líder, especificamente aos estilos transacional e transformacional. Quanto às características da própria equipe, o foco recai sobre a potência. Para alcançar o segundo objetivo, buscou-se avaliar a intensidade do impacto dos comportamentos colaborativos na efetividade das equipes de trabalho, especificamente na coesão e no desempenho da equipe. Participaram do estudo 132 indivíduos, membros de 42 equipes de trabalho de uma organização pública. O levantamento das informações sobre as variáveis do estudo foi realizada em dois momentos. No primeiro, os membros dessas equipes forneceram informações sobre o líder da equipe (liderança transformacional α= 0,95; liderança transacional α = 0,87), a potência do grupo (desempenho produtivo α = 0,91; relacionamento social α = 0,91) e os comportamentos de aprendizagem (α = 0,93). Em um segundo momento, as variáveis critério do estudo foram coletadas (coesão social α = 0,84; coesão para tarefas α = 0,70; desempenho α = 0,86). O modelo de predição proposto foi testado mediante regressão linear e os resultados obtidos revelam que tanto a liderança transformacional ( β= 0,22; p<0,01) quanto a potência, fator desempenho produtivo (β = 0,46; p <0,001), são antecedentes relevantes dos comportamentos de aprendizagem. Quanto às consequências desses comportamentos, observou-se o seu impacto tanto na coesão social (β = 0,47; p<0,001), quanto na coesão para tarefas (β = 0,47; p<0,001) e no desempenho da equipe (β = 0,36; p<0,001). Além disso, constatou-se que os comportamentos de aprendizagem medeiam a relação entre a liderança transformacional e a coesão. Esse conjunto de achados tornam pertinente afirmar que o estudo realizado contribui ao campo de conhecimento ao prover evidências empíricas das relações entre antecedentes e consequentes dos comportamentos de aprendizagem, bem como esclarece o seu papel mediador para o alcance da efetividade das equipes. Implicações práticas e uma agenda para futuras pesquisas também são levantadas.