Tesis
O uso de baculovírus como ferramenta para produção de antígenos vacinais e kits diagnósticos de doenças humanas : raiva, febre amarela, dengue e zika
Fecha
2020-06-25Registro en:
BAGGIO, Mayarha Patricia Dequigiovanni. O uso de baculovírus como ferramenta para produção de antígenos vacinais e kits diagnósticos de doenças humanas: raiva, febre amarela, dengue e zika. 2019. 182 f., il. Tese (Doutorado em Patologia Molecular)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Baggio, Mayarha Patricia Dequigiovanni
Institución
Resumen
O sistema de expressão em células de insetos utilizando baculovírus (BEVS) tem sido
amplamente utilizado para uma variedade de aplicações, incluindo o uso como biopesticidas
modificados, produção de proteína recombinante, expressão transitória de transgenes, e
expressão de antígenos para uso vacinal ou em diagnóstico. Além da vantagem da produção de
proteína heteróloga em grande escala com modificação pós-traducional eucariótica apropriada,
as proteínas heterológas também podem ser exibidas no envelope viral. Esta tecnologia de
apresentação na superfície preserva a estrutura multimérica nativa da proteína, expandindo
assim a utilidade clínica e farmacêutica do sistema de baculovírus. No capítulo I, deste trabalho,
foi avaliado o potencial imunogênico de BVs (“Budded virus”) recombinantes contendo um
peptídeo imunogênico derivado da GPV (Glicoproteína) do vírus da raiva fusionado à proteína
GP64 do baculovírus Anticarsia gemmatalis multiple nucleopolyhedrovirus (AgMNPV). A
GPV interage com os receptores celulares e contém os epítopos reconhecidos pelos anticorpos
neutralizantes, sendo assim alvo para a produção de uma vacina de subunidade. Foi mostrado
neste trabalho, a confirmação da expressão da proteína recombinante (GP64Ag + GPV) por
Western blot e imunomarcação na microscopia confocal. No capítulo II, o sistema BEVS foi
utilizado para expressar o EDIII (domínio III), da proteína de envelope do vírus da febre
amarela, fusionado à proteína poliedrina de Autographa californica multiple
nucleopolyhedrovirus (AcMNPV). Foi mostrado neste trabalho, a confirmação da correta
expressão da proteína recombinante (Poliedrina + EDIII) por Western blot, microscopia de luz
e microscopia eletrônica de varredura. As partículas virais recombinantes foram purificadas e
inoculadas em camundongos. As análises imunológicas mostraram uma resposta imune
específica a Th1/Th17 frente ao antígeno em camundongos após a imunização. Também foi
observado que a proteína pode atuar como adjuvante durante a imunização e que desencadeia
uma resposta imunológica específica. Assim este resultado sugere um possível uso deste
recombinante como imunógeno. No capítulo III, foi avaliado a expressão de proteínas NS1
(proteína não-estrutural 1) recombinantes dos flavivírus Zika (ZIKV) e dengue (DENV-1,
DENV-2, DENV-3 e DENV-4) em células de inseto e seu uso como insumos para diagnóstico
através da detecção do anticorpo anti-NS1 de DENV, no plasma de pacientes infectados. A
proteína NS1 é secretada e circula no plasma no início da fase febril da doença, e pacientes
produzem anticorpos específicos ao NS1 de flavívirus, além de anticorpos contra proteínas
estruturais. Desta forma, peptídeos imunogênicos de NS1 de DENV 1, - 2, - 3 e 4 e ZIKV foram
fusionados com a proteína poliedrina de AcMNPV e suas proteínas expressas foram purificadas
com Tween 20 5% e confirmadas por Western blot, microscopia de luz e microscopia eletrônica
de varredura. Para avaliar o efeito do antígeno frente ao soro de pacientes infectados com
dengue, foi utilizado o método Elisa indireto que revelou sensibilidade alta dos antígenos.
Testes complementares serão necessários para sua validação, mas acredita-se que esta estratégia
pode proporcionar uma melhora na diagnose e na evolução do quadro dos pacientes acometidos.