Tesis
Movimentos e (re)mapeamentos de mulheres negras na literatura brasileira contemporânea
Fecha
2021-05-25Registro en:
OLIVEIRA, Calila das Mercês. Movimentos e (re)mapeamentos de mulheres negras na literatura brasileira contemporânea. 2020. 220 f., il. Tese (Doutorado em Literatura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Oliveira, Calila das Mercês
Institución
Resumen
Por meio desta tese, compartilho movimentos de pessoas negras, especialmente mulheres negras – escritoras, pesquisadoras e personagens – na literatura brasileira contemporânea. Apresento (re)mapeamentos que possibilitam ampliar olhares e realizar conexões com a pluriversalidade das mulheres negras nos campos literário e social. A trilha, abraçada pela poética das águas, perpassa por obras, personagens e trajetórias de autoras-faróis da literatura brasileira e negra como Maria Firmina dos Reis, Ruth Guimarães, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Mãe Stella de Oxóssi e Aline França. Desagua por marcas e escritos que seguem a ideia de individual-coletivo de Ana Maria Gonçalves, Geni Guimarães, Marilene Felinto, dentre outras ialodês e pessoas afrodiaspóricas. Com o desenvolvimento do projeto Escritoras Negras da Bahia, este movimento desembocou ainda em falas e obras literárias de Aidil Araújo Lima, Jovina Souza, Rita Santana, Lívia Natália, Deisiane Barbosa, Louise Queiroz, Vânia Melo e Érica Azevêdo. A tese tem o compromisso de trançar pensamentos com epistemes negras de teóricas/os, pesquisadoras/es e com outras/os artistas negras/os contemporâneas/os, evidenciando as interlocuções com a literatura e com demais conhecimentos. Nesse percurso, o mover-se negro contemporâneo aqui descrito utiliza-se de recursos – escrevivências, oralitura, biointeração, encruzilhadas, dentre outros – e possibilidades de distanciamento das amarras coloniais, optando por estratégias de reintegração de posse e de ensinamentos que se baseiam, por exemplo, em adinkras como sankofa e aya e na metodologia de colocar água dentro de casa. As águas – dos mares, das chuvas, dos rios e tanques de terra - assim como os movimentos de mulheres negras nos convidam a observar a circularidade e a (in)constância presentes nelas e, com isso a necessidade de remapearmos para extrapolar escalas reduzidas e atentarmos às imagens que as pessoas negras estão produzindo sobre si mesmas.