Tesis
Questões estratégicas na relação Japão-China : uma análise qualitativa sobre a economia política da cooperação, desenvolvimento pragmático após a Segunda Guerra Mundial e seus antecedentes
Fecha
2017-10-09Registro en:
LIMA FILHO, José Floriano Pereira. Questões estratégicas na relação Japão-China: uma análise qualitativa sobre a economia política da cooperação, desenvolvimento pragmático após a Segunda Guerra Mundial e seus antecedentes. 2017. 348 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Lima Filho, José Floriano Pereira
Institución
Resumen
Eventos históricos, dados empíricos e a análise qualitativa assistida por computador de centenas de artigos publicados principalmente em veículos chineses e japoneses realizada nesta tese indicam que prevaleceram o pragmatismo e a escolha racional na relação entre Japão e China após a Segunda Guerra Mundial. Mudanças paradigmáticas ocorridas mesmo antes daquele conflito permitiram um engajamento sino-japonês que também foi condicionado por triangulações com outros países, em especial com os Estados Unidos e a ex-União Soviética. A pesquisa desenvolvida identificou questões estratégicas que poderiam ter evitado o aprofundamento da relação, como os armamentos nucleares em Okinawa; a Guerra do Vietnam e outros conflitos no Sudeste Asiático durante a Guerra Fria; a confrontação midiática e discursiva; os ataques ao militarismo e ao hegemonismo; as disputas envolvendo Taiwan e ilhas no mar da China. Mas prevaleceu a complementariedade de interesses e necessidades vitais para o desenvolvimento e crescimento econômico como no caso das indústrias siderúrgica e de petroquímica. As transformações estruturais e institucionais levadas a cabo na China, que trocou o modelo de economia comunista pela livre alocação de mercado, foram fundamentais para o engajamento do Japão, que já havia enfrentado suas próprias mudanças paradigmáticas a partir do século XIX. A diplomacia econômica e energética do Japão foi auxiliada por empréstimos concessionais em ienes que complementaram outros fluxos financeiros na relação comercial e de investimento na China. A corrente de comércio entre os dois países se tornou uma das principais do mundo e o PIB da China e do Japão estão entre os três maiores entre todos os países. O padrão de desenvolvimento japonês antes dos anos 90 também foi considerado como modelo na estratégia da China, que se tornou a nação com a maior corrente de comércio no mundo, um dos países que mais atraem investimento direto estrangeiro e o maior consumidor de energia do planeta. O pragmatismo reinante na relação sino-japonesa propiciou enormes ganhos econômicos mútuos, mas não eliminou desafios geopolíticos e ambientais enfrentados pelas duas maiores economias da Ásia.