Tesis
“Nordestinidade” quando? : identidade estratégica em curadorias de Moacir dos Anjos
Fecha
2021-02-19Registro en:
LIMA, Pedro Ernesto Freitas. “Nordestinidade” quando?: identidade estratégica em curadorias de Moacir dos Anjos. 2020. 338 f., il. Tese (Doutorado em Artes Visuais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Autor
Lima, Pedro Ernesto Freitas
Institución
Resumen
Essa tese se interessa pelo modo como a curadoria interpela trabalhos de arte contemporânea
a partir da questão identitária. Partimos de um conjunto de curadorias de Moacir dos Anjos,
realizadas entre 1998 e 2007, especialmente em instituições das cidades de Recife e São
Paulo, nas quais discute-se a proposição “artista nordestino” a partir da produção de artistas
que nasceram e/ou atuam no Nordeste, interessados em linguagens associadas à arte
contemporânea. A interpelação identitária de Anjos confronta essas obras com uma série de
discursos e narrativas – inicialmente associados ao regionalismo proposto, entre outros, por
Gilberto Freyre – que, ao longo do século XX, constituíram o que podemos denominar como
“nordestinidade”, modos de agenciamento importantes para a legitimação de obras dessa
região. Discutiremos como trabalhos desses artistas respondem, reverberam e rejeitam essa
interpelação identitária. Para isso, identificaremos artistas e obras recorrentes e mapearemos
suas trajetórias de modo a confrontar a perspectiva curatorial – de Anjos e de outros curadores – com a perspectiva das obras, constituída por suas fortunas críticas e pelas narrativas dos
artistas. Ressaltando duas dimensões da curadoria que parte do Nordeste – referentes à
produção de sentidos e ao modo estratégico e político de dar a ver obras –, discutiremos como
o agenciamento identitário vincula-se à “promiscuidade” relacionada ao modo como agentes da
arte se (des)acoplam a narrativas, propriedade comum aos envolvidos nesse processo e
importante para a circulação de obras, acompanhada de produção crítica. Colocando a
interpelação de Anjos em perspectiva, demonstraremos como seu projeto curatorial se constitui
como um vértice, entre vários, de um processo do qual participam outros agentes e exposições
responsáveis por desdobrar a “nordestinidade” em outros topoi, linguagens e corpos.