Tesis
Síntese e caracterização das propriedades magnéticas de nanoestruturas de SnO2 dopadas com íons magnéticos
Fecha
2019-10-11Registro en:
AQUINO, Juan Carlos Romero. Síntese e caracterização das propriedades magnéticas de nanoestruturas de SnO2 dopadas com íons magnéticos. 2019. xx, 189 f., il. Tese (Doutorado em Física)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Aquino, Juan Carlos Romero
Institución
Resumen
Neste trabalho foram estudadas as propriedades estruturais, morfológica, óptica, hiperfinas e magnéticas de nanopartículas Sn1-xMxO2 (M = Co, Cr e Dy) com 0,00 ≤ x ≤ 0,10. As amostras foram sintetizadas pelo método dos precursores poliméricos usando precursores de alta pureza. As amostras foram caracterizadas por difração de raios-X (DRX), microscopia eletrônica de transmissão (MET) e varredura (MEV), espectroscopia de raios-X por dispersão de energia (EDS), espectroscopia Raman, espectroscopia Mössbauer, espectroscopia de fotoelétrons emitidos por raios X (XPS) e magnetometria. Os resultados das análises dos padrões de DRX e imagens de microscopia eletrônica indicam a presença da fase rutilo nas amostras não dopadas. Esta fase persistiu para as amostras dopadas com íons magnéticos. Além disso, determinou-se um decréscimo sistemático no tamanho médio cristalino das nanopartículas ao aumentar o teor de x para os três tipos de dopante. Este resultado foi atribuído à solução substitucional de íons M e Sn na estrutura cristalina. Os diâmetros médios obtidos por meio da análise de imagens de MET corroboram com os resultados obtidos por difração de raios-X para todas as séries. Medidas de espectroscopia Raman revelaram a presença dos modos vibracionais canônicos da estrutura rutilo (Eg, A1g e B2g) confirmando a formação da fase cassiterita nas três séries. Nas três séries, se observou um deslocamento do modo A1g para menores frequências, o qual foi associado a um efeito da dopagem. Além disso, observou-se bandas adicionais (S1 e S2) cujas áreas espectrais diminuem ao aumentar-se as concentrações de dopantes. Essas bandas foram associadas aos modos ativados pela desordem na superfície das partículas. A intensidade dessas bandas decresce ao aumentar o conteúdo de dopante, sendo mais acentuado na série com Cr e menor nas outras séries (com Co e Dy). Por outro lado, medidas de espectroscopia Mössbauer usando como sonda o Sn mostraram que o ingresso do dopante modifica a densidade eletrônica tipo s devido à substituição de íons Sn4+ com íons de menor estado de valência. Estes resultados de Mössbauer confirmam os resultados determinados por DRX e Raman nas três séries. Através de medidas de XPS demonstrou-se uma mudança sistemática no estado de oxidação dos íons de estanho de Sn4+ para Sn2+ à medida que o conteúdo do dopante aumenta, sendo mais acentuada na série Sn1-xCoxO2. Determinou-se, também, um enriquecimento superficial do dopante, que fica mais acentuado à medida que se aumenta a concentração de dopante e determinou-se ser mais evidente na série Sn1-xCrxO2. Medidas de magnetização indicam a presença de ordenamento magnético de longo e curto alcance à temperatura ambiente nas amostras não dopadas. Este sinal ferromagnético coexiste com uma contribuição paramagnética e chega a ficar muito mais forte à medida que se aumenta a concentração de dopante até uma concentração de x~0,01-0,03. Acima desta concentração, o sinal ferromagnético fica enfraquecido e mascarado pelo sinal paramagnético, cuja intensidade é proporcional à concentração de dopante. O sinal ferromagnético nas amostras não dopadas (x = 0,00) foi atribuído a elétrons desemparelhados aprisionados em vacâncias de oxigênio. A natureza da contribuição ferromagnética observada nas amostras dopadas foi modelada usando o modelo de pólarons magnéticos ligados (BMP), os quais se formam devido à presença de vacâncias de oxigênio e à presença de íons magnéticos no sistema. Determinou-se que o sinal ferromagnético é maior na série de Sn1-xCrxO2 em relação à série Sn1-xCoxO2 e Sn1-xDyxO2.