Tesis
Avaliação da partição de comprimidos orodispersíveis
Fecha
2017-10-19Registro en:
TEMER, Ana Cláudia Silva. Avaliação da partição de comprimidos orodispersíveis. 2017. 66 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Temer, Ana Cláudia Silva
Institución
Resumen
A partição de comprimidos tornou-se uma prática muito comum em todo mundo. Os comprimidos são divididos para facilitar a deglutição, ajuste de dosagem e redução dos custos terapêuticos. No entanto, essa prática nem sempre pode ser segura e eficaz para o tratamento. Diversos estudos centrados em comprimidos de liberação imediata mostram que os comprimidos divididos podem apresentar variação no peso e de dosagem importantes e que diversos fatores estão envolvidos nestas variações, principalmente aspectos relacionados à produção. Os comprimidos de desintegração oral ou orodispersíveis, elaborados para se desintegrarem rapidamente na boca, apresentaram importante ascensão no mercado farmacêutico, por possuírem vantagens como facilidade de deglutição sem necessidade de ingestão de água. Até o momento não há na literatura estudos que envolvam a partição desse tipo de comprimido. O objetivo desse trabalho foi, portanto, investigar o efeito da partição de comprimidos orodispersíveis em seus aspectos estruturais e funcionais. No estudo apresentado foi realizada uma revisão na literatura científica abordando os temas partição de comprimidos e a importância dos orodispersíveis no mercado farmacêutico. Além disso, foi realizado um estudo experimental para avaliar o impacto da partição em comprimidos selecionados de desintegração oral. Assim, dez comprimidos foram selecionados e realizou-se análises nas metades recém-partidas e nas metades submetidas a um processo de envelhecimento acelerado. Foram encontrados valores médios de variação de peso após a partição de 14,3 ± 7,9%, com alguns medicamentos mostrando variações superiores a 20%. O valor médio de perda de peso foi maior do que os encontrados para comprimidos normais, estes com uma perda média de peso de 4,6 ± 3,0%. A variação da área superficial foi de 15,7 ± 10,0%, com alguns medicamentos apresentando valores bastante superiores a esta média. A avaliação estrutural dos comprimidos mostrou variações de acordo com a tecnologia de produção envolvida. Na avaliação funcional dos dez comprimidos estudados, seis indicaram danos nas características funcionais após o envelhecimento, mostrando tempos de desintegração e/ou umectação que não atendiam aos requisitos de um comprimido de desintegração oral. De modo geral, o estudo mostrou que a partição de comprimidos, prática mundialmente difundida, deve ser analisada caso a caso e orientada pelo profissional de saúde, levando em consideração as peculiaridades de cada produto. Especialmente nos comprimidos de desintegração oral exibimos um panorama que pode ser útil para a decisão clínica sobre a partição desses produtos medicamentosos.