Tesis
Diversidade de isolados brasileiros de Colletotrichum em Psidium guajava e outras Myrtaceae
Fecha
2018-02-08Registro en:
SOARES, William Rosa de Oliveira. Diversidade de isolados brasileiros de Colletotrichum em Psidium guajava e outras Myrtaceae. 2017. x, 111 f., il. Tese (Doutorado em Fitopatologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Soares, William Rosa de Oliveira
Institución
Resumen
Este trabalho visou caracterizar a diversidade de táxons do gênero Colletotrichum que estão associados às plantas de goiaba no Brasil, por meio de estudos moleculares, morfológicos, culturais e de patogenicidade. São relatadas a prevalência de cada espécie de Colletotrichum e sua respectiva distribuição geográfica. Esses tópicos não se encontram suficientemente compreendidos, mas são de grande interesse para a indústria da goiaba, pois a antracnose é geralmente considerada um dos fatores limitantes da produção de frutos de goiaba, causando elevadas perdas de produção. Apesar dos elevados danos econômicos ligados ao patossistema goiaba-antracnose, a etiologia da doença não é bem conhecida, embora essa informação seja muito importante para a recomendação de medidas de manejo eficientes. Portanto, o objetivo final é esclarecer a posição taxonômica dos isolados de Colletotrichum associados à antracnose da goiaba no Brasil em todas as regiões geográficas. O trabalho reuniu amostras de frutos (principalmente), folhas e flores de goiaba, e algumas outras Myrtaceae, de 13 unidades federativas do Brasil, cobrindo a maior parte do território nacional. Cento e setenta e um isolados (161 de goiaba) foram avaliados para patogenicidade e agressividade a frutos de duas variedades de goiaba (Cortibel SLG e Cortibel RM). Os isolados foram também estudados in vitro para características culturais e morfológicas, em diferentes temperaturas. Principalmente, toda coleção foi submetida a um estudo molecular detalhado, usando sequências parciais das regiões genômicas do rDNA-ITS, TUB2 e GAPDH. Os principais resultados estão listados a seguir: (a) Os isolados brasileiros de Colletotrichum em goiaba foram encontrados em quatro complexos e uma espécie conhecida, a saber, complexo C. gloeosporioides, complexo C. acutatum, complexo C. boninense, complexo C. gigasporum e na espécie C. cliviae; (b) O viii complexo mais prevalente na amostragem foi C. gloeosporioides (85,4%), seguido pelo complexo C. acutatum (9,4%); (c) um total de 16 espécies de Colletotrichum foram encontradas naturalmente associadas à antracnose da goiaba, uma das quais (dentro do complexo C. acutatum), possivelmente nova para a ciência: C. nymphaeaeae, C. melonis, C. paranaense, Colletotrichum sp., C. siamense, C. gloeosporioides, C. syzygiicola, C. asianum, C. fructicola, C. tropicale, C. theobromicola, C. musae, C. aeschynomenes, C. cliviae, C. gigasporum e C. karstii. Dessas, 12 espécies são aqui registradas pela primeira vez em P. guajava; (d) as espécies do complexo C. gloeosporioides incluíram as espécies mais agressivas à frutos de goiaba; (e) C. siamense foi a espécie mais prevalente, em todas as regiões geográficas, seguida por C. fructicola; (f) dentre todas as espécies, C. siamense, C. fructicola, C. syzygiicola e C. tropicale se destacaram como as mais agressivas, em ambas as variedades de goiaba; (g) frutos da variedade Cortibel SLG foram consistentemente mais resistentes à antracnose que frutos da variedade Cortibel RM. Adicionalmente, C. pseudoacutatum foi encontrada pela primeira vez causando antracnose em jambo-amarelo, Syzygium jambos.