Tesis
Relações mesossistêmicas entre família, escola e instituição de apoio social : um estudo sobre a prevenção à drogadição
Fecha
2018-07-05Registro en:
FERNANDES, Evaldo de Souza. Relações mesossistêmicas entre família, escola e instituição de apoio social: um estudo sobre a prevenção à drogadição. 2018. xvi, 148 f., Il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Fernandes, Evaldo de Souza
Institución
Resumen
O uso de drogas ganhou destaque nas últimas décadas do século XX. De acordo com as estatísticas, entre 3,5% e 7,0% da população mundial na faixa etária dos 15 aos 64 anos são usuárias de algum tipo de droga ilícita. Hoje em dia, o fenômeno da drogadição e seus desdobramentos já são considerados, em escala mundial, uma grande questão social e de saúde. No Brasil, o panorama também é preocupante. Pesquisas informam que existem, nas capitais do Brasil e no Distrito Federal, cerca de 370 mil usuários regulares de crack, cujo consumo, em média, é de 16 pedras de crack por dia. Diante desse cenário tão preocupante, esta pesquisa teve como objetivo investigar as relações mesossistêmicas entre família, escola e instituição de apoio social na prevenção da drogadição. Para tanto, foram estudados com sete famílias com estilo parental de risco e filhos adolescentes na faixa etária entre 10 e 14 anos de idade fatores de risco e prevenção à drogadição. Foram encontrados, nas sete famílias pesquisadas, três tipos de arranjo familiar: biparental com pai/mãe biológicos ou com mãe/padrasto e uniparental materna. Foi investigada a relação no contexto do microssistema familiar relacionado aos estilos e práticas parentais de risco à drogadição. Também foram investigadas as práticas e estilos educacionais de professores e educadores sociais nos microssistemas escolas e instituição de apoio social relacionados a fatores de risco e prevenção. Outro aspecto investigado foi a relação dinâmica mesossistêmica das relações entre esses microssistemas associadas aos fatores de prevenção e risco à drogadição. O estudo teve como base teórico-metodológica o Modelo Biecológico de Bronfenbrenner, e o método utilizado foi um projeto de método misto paralelo convergente. Nesse método, os resultados quantitativos e qualitativos são fundidos e analisados em conjunto. Os resultados quantitativos foram extraídos de um questionário de caracterização familiar e do percentil do Inventário de Estilos Parentais (IEP), versões: Filho(a) responde sobre pais/mães, Mãe responde sobre filho(a) e Pai responde sobre filho(a), aplicados às famílias. Os resultados qualitativos surgiram das entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistados: um dos pais (pai ou mãe) de cada uma das sete famílias e sete adolescentes, um de cada família, sendo cinco do sexo feminino e dois do masculino. Também foram entrevistados oito professores, quatro educadores sociais, dois gestores das escolas e dois da instituição de apoio social. A pesquisa revelou que os microssistemas familiares apresentaram estilo e prática parental de altíssimo risco à drogadição nos filhos. Em situação semelhante, os estilos e práticas educativas dos professores e educadores sociais também se mostraram pouco eficientes com relação a ações preventivas à drogadição. Quanto as relações mesossistêmica, entre família, escola e instituição de apoio social, os resultados se apresentaram mais desfavoráveis aos fatores de prevenção em relação aos de risco. Os resultados demonstraram que há divergências entre a percepção de pais, professores e gestores quanto a aspecto comunicacionais de engajamento da família em atividades escolares e relacionados à necessidade de formação familiar para lidar com a temática da drogadição. Os resultados dessa pesquisa poderão contribuir com informações para ações comunitárias, atuações religiosas, cursos de formação para profissionais da educação e áreas afins, assim como também para formação de políticas públicas educacionais e de assistência social em atenção preventiva à drogadição em adolescentes.