Tesis
Enquadramento geológico e geocronológico da sequência Rio do Peixe na Sintaxe dos Pirineus, faixa Brasília
Fecha
2020-06-24Registro en:
RESS, Caio Bussaglia. Enquadramento geológico e geocronológico da sequência Rio do Peixe na Sintaxe dos Pirineus, faixa Brasília. 2019. 87 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Ress, Caio Bussaglia
Institución
Resumen
A Sintaxe dos Pirineus, estrutura na porção central da Faixa Brasília, marca o limite entre as
porções norte e sul da faixa. Sua evolução está ligada à colisão entre os paleocontinentes São
Francisco / Congo e Amazônico / Oeste Africano, podendo ser explicado por dois modelos, uma
protuberância na borda oeste do paleocontinente São Francisco / Congo ou colisão polifásica entre os
paleocontinentes. Na região da sintaxe rochas do embasamento são encontradas em Artulândia, onde
o membro norte da sintaxe é entendido como a extensão do Domínio Campinorte. No membro sul da
sintaxe, em meio aos cavalgamentos do Grupo Araxá, ocorrem rochas metavulcânicas máficas e
metassedimentares químicas e clásticas, entendidas como a sequência vulcano-sedimentar Rio do
Peixe, e outros corpos tectonicamente exumados.
Neste estudo datações feitas nas rochas graníticas com ocorrência à leste de Artulandia
mostraram que o embasamento paleoproterozoico é mais amplo e antigo que o previsto anteriormente,
com dados isotópicos U-Pb de 2195±12 Ma. As assinaturas geoquímicas são ligeiramente diferentes
dos estudos anteriores, indicando diferentes ambientes coexistindo durante a formação e
diferenciação. Esses dados indicam que o embasamento paleoproterozoico antes restrito á porção
norte da Faixa Brasília, com o avanço nos estudos, vem sendo encontrados de maneira esparsa e não
correlacionada na porção sul da faixa.
As rochas anteriormente agrupadas no Grupo Rio do Peixe apresentam dois conjuntos de
idades modelo, ambas mais jovens que o proposto em estudos anteriores. O grupo mais antigo, gerado
por magmatismo Steniano - Toniano, recebeu o nome de unidade máfica de Jaraguá. São gabros e
anfibolitos com assinatura tipo MORB, com idades isotópicas U-Pb de 1153±40 Ma e idades modelo
Sm-Nd entre 2.2 e 2.45 Ga com εNd entre -0.38 e -3.6, indicando contaminação crustal ou a fusão do
próprio embasamento. Este evento, conhecido como tafrogenêse Toniana, é o responsável também
pela geração das sequências Juscelândia, Palmeirópolis e Indaianópolis e do Grupo Quilombo.
O Grupo Rio do Peixe fica restrito a porção central da Sintaxe dos Pirineus, sendo uma
associação de anfibolitos intermediários junto com rochas metassedimentares químicas e terrígenas,
geradas por magmatismo mais jovem, com assinatura geoquimica OIB/E-MORB e idades modelo Sm-
Nd entre 0.91 e 1.17 Ga com εNd entre -3.75 e -1.24; estes dados são semelhantes aos encontrados
nas sequências Maratá, Rio Verissimo e corpos máficos em meio ao Araxá, mostrando possíveis
correlações temporais na porção sul da faixa.
A proveniência de zircão detrítco do Grupo Araxá na área de estudo apresentou idades modelo
Sm-Nd entre 1.7 e 2.18 Ga e idades U-Pb em zircão detritico entre 540 e 2600 Ma, com um padrão na
distribuição de zircão diferente dos que ocorrem em outras áreas, mostrando que o grupo é formado
por fontes diferentes quanto a idade e litologia que foram erodidas ao mesmo tempo, evidencias que
os terrenos paleoproterozoicos tiveram grande papel na contribuição sedimentar da unidade.