Tesis
Imageamento da sutura tocantins-araguaia, latitude 5,3°s: aproximação por refração sísmica profunda e função do receptor
Fecha
2021-11-08Registro en:
LIMA, Flávio Tadeu. Imageamento da sutura Tocantins-Araguaia, latitude 5,3°s: aproximação por refração sísmica profunda e função do receptor. 2018. vii, 62 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Lima, Flávio Tadeu
Institución
Resumen
Com aproximadamente 1200 km de extensão o levantamento sísmico-sismológico de grande
escala, inserido no Parnaíba Basin Analysis Program (PBAP) financiado pela British Petroleum
(BP), investigou a estrutura de velocidade da crosta e do manto superior na região da Bacia do
Parnaíba com suas fronteiras, Província Borborema a leste, Faixa Araguaia e parte do Cráton
Amazônico a oeste. Esta experiência incluiu 20 tiros registrados por mais de 600 estações
sísmicas distribuídas ao longo do perfil. Na parte oeste perto do limite entre Cráton Amazônico,
Faixa Araguaia e Bacia do Parnaíba, a modelagem do tempo de trânsito das ondas P juntamente
com dados da função do receptor possibilitaram a segmentação da crosta continental em
domínios tectônicos distintos. A espessura da crosta ao longo do perfil varia de 38-39 km na área
do cráton para ~ 52 km abaixo da Faixa Araguaia voltando a ~43 km na região da bacia. O
modelo sísmico mostra que a elevada espessura que a crosta atinge (> 50 km) ocorre na área
de influência da sutura Tocantins-Araguaia, resultado da colisão que aconteceu entre a
paleoplaca amazônica com o bloco Parnaíba no final do Neoproterozóico. Os dados obtidos pela
função do receptor demostram que a crosta também varia composicionalmente ao longo do perfil
sísmico. De acordo com resultados a razão Vp/Vs de 1,73 abaixo do Cráton Amazônico confere
composição crustal intermediaria contrastando com a razão Vp/Vs de 1,69 de caráter félsico da
Faixa Araguaia e máfico da bacia (Vp/Vs = 1,75). A característica máfica da crosta sob a Bacia
do Parnaíba pode ser atribuída em parte a estrutura de alta velocidade Vp (> 7,2 km/s) que se
prolonga por toda extensão da bacia no limite crosta-manto interpretado como underplating
máfico. As características sísmicas observadas no modelo permitem concluir que a Faixa
Araguaia está assentada (overthrusting) sobre o embasamento do cráton. A diferença de
espessura entre crosta superior e inferior aponta que provavelmente os processos tectônicos
limitaram-se a envolver mais a crosta inferior preservando estruturalmente a crosta superior ao
longo da evolução geológica. Com as velocidades Vp no manto superior é possível dividir a
região auscultada em dois blocos distintos, Bloco Amazônico/Araguaia (Vp = 8,0 km/s) e Bloco
Parnaíba (Vp = 8,3 km/s). Essas diferentes velocidades revelam domínios litosféricos de origem
e evolução distintos.