Tesis
Estratégias de enfrentamento no envelhecer e adoecer : um estudo com idosos em cuidados paliativos
Fecha
2018-04-24Registro en:
RIBEIRO, Mariana dos Santos. Estratégias de enfrentamento no envelhecer e adoecer: um estudo com idosos em cuidados paliativos. 2017. xx, 127 f., il. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Ribeiro, Mariana dos Santos
Institución
Resumen
Introdução: o envelhecimento é um fenômeno universal e também o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças oncológicas. A trajetória de vida de cada pessoa influencia na maneira como ela lida com a experiência do estresse. Nos cuidados paliativos, a história pessoal de cada pessoa deve ser valorizada, favorecendo a prestação de um cuidado individualizado. Objetivo: Analisar as estratégias de enfrentamento acerca do envelhecer e adoecer de pessoas em cuidados paliativos. Método: pesquisa exploratória, descritiva de abordagem qualitativa. A Coleta de dados foi realizada no Centro de Alta Complexidade em Oncologia e na Clínica Médica de um Hospital Universitário, com idosos em cuidados paliativos por meio de questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. O corpus das entrevistas foi submetido à análise de conteúdo com auxílio do software ALCESTE. Resultados: foram realizadas onze entrevistas com seis homens e cinco mulheres. A faixa etária variou de 60 a 87 anos e a média foi de 68,9 anos; a média da escolaridade foi de 4,54 anos. Da análise de conteúdo emergiram dois eixos de significados. O primeiro formado pelas categorias Envelhecer, e Desenvolvimento saudável, remete a uma estrutura de personalidade resiliente que se forjou ao longo do ciclo da vida. Nele, os discursos sinalizam para um processo de desenvolvimento permeado por variadas situações adversas e perdas. Pode-se inferir que para fazer frente a essas dificuldades, os idosos lançaram mão de estratégias de enfrentamento que forjaram uma personalidade resiliente. No segundo eixo, formado pela categoria denominada Fatores estressores, foram mencionadas as situações vivenciadas ao longo da trajetória da doença. Apreendeu-se que os fatores de stress foram: os sinais da doença, a suspeita da doença, o anúncio da má notícia e, sobretudo, a dificuldade de acesso ao tratamento. Para manejar os estressores advindos no processo do adoecer, os participantes utilizaram estratégias de enfrentamento resilientes como o suporte espiritual, a reestruturação cognitiva e a aceitação. Conclusão: o processo de viver dos participantes foi permeado por eventos que propiciaram o desenvolvimento da capacidade de lidar com situações adversas, superar pressões e obstáculos reagindo positivamente a eles, características de uma personalidade resiliente. Frente ao envelhecimento e adoecimento, utilizaram estratégias de enfrentamento capazes de manejar favoravelmente os estressores. O estudo aponta que a maneira como cada idoso enfrentou as adversidades ao longo de sua trajetória de vida, pode significar uma oportunidade de fortalecimento pessoal, favorecendo o enfrentamento positivo de novos estressores, a exemplo de uma doença incurável. Espera-se sensibilizar profissionais da saúde para a necessidade da escuta qualificada das pessoas idosas, buscando compreendê-las a partir de sua trajetória de vida e, assim, serem capazes de fornecer um cuidado de qualidade, personalizado e alinhado com a filosofia paliativista.