Tesis
Efeitos geoquímicos, mineralógicos e petrofísicos de soleiras máficas em rochas reservatório siliciclásticas da Bacia do Parnaíba : implicações para o sistema petrolífero
Fecha
2021-01-12Registro en:
LOPES, Henrique Araújo. Efeitos geoquímicos, mineralógicos e petrofísicos de soleiras máficas em rochas reservatório siliciclásticas da Bacia do Parnaíba : implicações para o sistema petrolífero. 2019. 114 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Lopes, Henrique Araújo
Institución
Resumen
Rochas ígneas intrusivas compõem sistemas petrolíferos ígneo-sedimentares atípicos em
bacias sedimentares. Na bacia do Parnaíba, as rochas ígneas são responsáveis pela
maturação das rochas geradoras, atuam como camadas selantes e formam estruturas de
trapeamento. Além disso, este estudo propõe que as rochas ígneas intrusivas e a migração
de fluidos hidrotermais a elas associada afetem as rochas reservatório da bacia. A
composição mineralógica das rochas reservatório é alterada por uma mineralização
autigênica associada à migração de fluidos hidrotermais concentrados em meios permeáveis
e limitados por barreiras hidráulicas. Assim, a história diagenética dos sedimentos estudados
foi dividida em três fases: 1) soterramento progressivo normal; 2) induzida por mecanismos
de transferência de calor e massa associados às rochas ígneas mesozoicas; 3) telodiagenêse.
A segunda fase é caracterizada pelas maiores mudanças mineralógicas e químicas dos
sedimentos estudados que é marcada pelo aumento na composição modal de clorita, pirita,
albita, calcita e óxidos de ferro e sulfetos menores proporções. Esta fase também está
associada a formação de três tipos de fraturas hidráulicas. Os dados de geotermometria de
clorita geraram dois plateaus de temperaturas médias, 150°C ±49 e 250°C ±37, que indicam
que as temperaturas máximas anômalas para um contexto de soterramento progressivo
apenas. Dados de isótopos estáveis de C, O em calcita e S em pirita em amostras de rochas
ígneas e sedimentares sugerem origem predominantemente magmática para estes elementos
em ambos os casos. Dados petrofísicos sugerem que houve diminuição da qualidade do
reservatório em direção a rocha ígnea e nos níveis em que há maior mineralização autigênica.
Com isso, dados petrológicos, geotermométricos e de isótopos estáveis indicam uma
assinatura hidrotermal associado aos efeitos das rochas intrusivas nas rochas reservatório. A
mineralização induzida por hidrotermalismo preenchem os principais espaços porosos, as
fraturas hidráulicas e um melhor entendimento dos processos associados tem aplicações para
diminuir os riscos exploratórios e de produção. As sugestões apresentadas neste trabalho
podem ser aplicadas aos sistemas petrolíferos atípicos ígneo-sedimentares da Bacia do
Parnaíba e demais bacias análogas ao redor do mundo.