Tesis
Biologia da polinização de palicourea aubl. e psychotria l. (rubiaceae) : variações e funcionalidade da hercogamia recíproca e dos polinizadores
Fecha
2020-06-25Registro en:
FURTADO, Marco Túlio Rodrigues. Biologia da polinização de palicourea aubl. e psychotria l. (rubiaceae): variações e funcionalidade da hercogamia recíproca e dos polinizadores. 2019. 102 f., il. Tese (Doutorado em Botânica) — Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Furtado, Marco Túlio Rodrigues
Institución
Resumen
A evolução da distilia é relatada como uma estratégia para melhorar a transferência
de pólen cruzado e assim reduzir a perda de gametas. Esse sistema possuiu um ajuste
morfológico das estruturas florais, de modo que ela apresenta dois morfos em uma mesma
população, com uma posição recíproca das anteras e estigmas entre esses morfos. Nesse
polimorfismo floral a presença de polinizadores eficazes é primordial, pois esses agentes são
considerados os principais responsáveis pela a evolução e funcionalidade da hercogamia
recíproca. Varias espécies distílicas, como as dos gêneros Psychotria e Palicourea mostram que
a reciprocidade perfeita é na maioria das vezes ausente, sendo tal fenômeno atribuído a
diferentes fatores. O objetivo geral dessa tese foi analisar quais fatores ecológicos/morfológicos
estão envolvidos nessas variações da hercogamia recíproca, investigar sua relação com o fluxo
de pólen legítimo entre os morfos e testar o papel de diferentes polinizadores no serviço de
polinização em populações de Psychotria e Palicourea. A tese esta organizada em três capítulos
com os seguintes objetivos específicos: 1) investigar quais componentes contribuem mais para
o cálculo da inacurácia (reciprocidade) e testar quais possíveis fatores explicam as variações da
reciprocidade; 2) analisar se a hercogamia recíproca, lobo do estigma e os polinizadores afetam
o fluxo de pólen legítimo; 3) comparar a eficácia de dois grupos de polinizadores (beija-flores e
abelhas) na deposição, no transporte de pólen e no sucesso reprodutivo. A reciprocidade não foi
diferente entre os gêneros, contudo esse fator variou entre os órgãos sexuais de cada morfo, no
qual os órgãos baixos (estigma brevistila e antera longistila) foram os mais recíprocos. O viés
maladaptativo (desvio do ótimo), foi o principal componente que contribuiu para o cálculo da
inacurácia, sobretudo nos órgãos baixos. Além disso, o aumento do coeficiente de variação da
corola afetou negativamente a hercogamia recíproca. Essas variações da reciprocidade e o
comprimento do lobo do estigma tiveram efeito no fluxo de pólen legítimo, e a presença de mais
grupos de polinizadores não assegurou um fluxo de pólen simétrico entre os morfos. Os dois
níveis de anteras depositaram os grãos de pólen em partes diferentes no corpo dos dois grupos
de polinizadores, contudo os beija-flores foram mais eficazes em transferir pólen para os
estigmas do que as abelhas, especialmente no morfo brevistilo. Por outro lado, essa diferença
não foi encontrada na produção de frutos, demonstrando que ambos os polinizadores são
eficazes no serviço de polinização.