Tesis
A influência dos valores humanos individuais e da atitude frente à arma de fogo no medo do crime : estudo comparativo de uma região administrativa do Distrito Federal
Fecha
2017-04-17Registro en:
MACEDO, Francisco Guilherme Lima. A influência dos valores humanos individuais e da atitude frente à arma de fogo no medo do crime: estudo comparativo de uma região administrativa do Distrito Federal. 2017. xii, 203 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Macedo, Francisco Guilherme Lima
Institución
Resumen
Este estudo teve por finalidade definir como os Valores Humanos Individuais e a Atitude Frente à Arma de Fogo influenciam o Medo do Crime em uma Região Administrativa do Distrito Federal. O medo do crime constitui-se em um fenômeno multidimensional, constituído pelas muitas possibilidades de reação diante de situações definidas como perigosas, bem como da própria representação do que seria uma ameaça, situando-se em uma fase de maturação teórica e empírica, em que pese já ser estudado há algumas décadas em outros países, tornando a utilização de outras variáveis imprescindível para um entendimento mais completo deste objeto de estudo, destacando-se neste contexto os Valores Humanos Individuais e a Atitude Frente à Arma de Fogo. Para atender a esse propósito, 834 respondentes residentes na Região Administrativa de Ceilândia preencheram um questionário com 3 escalas, Medo do Crime (EMC), Portrait Values Questionnaire Revised (PVQ-R) (Schwartz et al., 2012) e a Escala de Atitude Frente à Arma de Fogo (Nascimento, Pimentel & Adaid-Castro, 2016). Dos respondentes, 414 são representantes da população em geral – média de 32,26 anos (dp=0,50), com 55,8% de mulheres, 51,0% de solteiros, 78,2% com ensino fundamental ou médio – e 420 são estudantes universitários – média de 26,03 anos (dp=7,09), 54% de mulheres, 67,6% solteiros, e 100% de graduandos ou graduados. Os resultados indicaram uma predição entre Valores Humanos Individuais e Medo do Crime, e entre aqueles e Atitude Frente à Arma de Fogo, não sendo constatada tal relação entre Atitude Frente à Arma de Fogo e Medo do Crime, o que descartou a possibilidade de mediação, por parte da Atitude Frente à Arma de Fogo, entre Valores Humanos Individuais e Medo do Crime. Foram observadas relações significativas entre Medo do Crime e os tipos motivacionais de 2ª ordem dos Valores Humanos Individuais, com relações positivas entre aquele e os tipos de conservação e autotranscendência, e negativa entre aquele e o tipo de abertura à mudança. Com relação à Atitude Frente à Arma de Fogo e os Valores Humanos Individuais, foram encontradas relações significativas entre aquela e os tipos motivacionais de conservação e autopromoção, em sentidos inversos, demonstrando que existem restrições dos indivíduos à arma de fogo, sendo esta ligada a panoramas negativos de violência – índices criminais, acidentes e incidentes com mortes, entre outros – e ao próprio cenário de limitação de acesso legal a estas (Silva & Beato Filho, 2013). Na relação entre Medo do Crime e a Atitude Frente à Arma de Fogo, mesmo não encontrando resultados significativos em nenhuma das amostras entre as variáveis, foram verificadas na amostra 2 associações significativas entre medo do crime e os três fatores da atitude frente à arma de fogo, direitos, crime e proteção. Não foram encontradas diferenças significativas entre as amostras com relação ao medo do crime e, como resultado secundário, obteve-se predição entre sexo e medo do crime, com diferenças significativas entre os sexos e maiores níveis de medo para as mulheres. Como limitações da pesquisa foram verificados: a utilização do autorelato; a ausência de outras variáveis atitudinais, de normas sociais, e outras que possam auxiliar no aprimoramento da pesquisa. Como agenda de pesquisa sugere-se o aprimoramento da medida de medo do crime, com a construção qualitativa de novos itens para medo do crime; a coleta em outras regiões do DF e em outras unidades federativas; e, a inclusão de outras variáveis mediadoras e moderadores na relação entre Valores Humanos e Medo do Crime.