Tesis
Efeito do ácido anacárdico in vitro e em modelos experimentais da malária
Fecha
2018-03-09Registro en:
CASCAES, Andréia Cristina Gonçalves. Efeito do ácido anacárdico in vitro e em modelos experimentais da malária. 2017. xx, 80 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Autor
Cascaes, Andréia Cristina Gonçalves
Institución
Resumen
No ano de 2015 a malária 214 milhões de pessoas e causou 438 mil mortes. No Brasil ocorreram 142.967 casos da doença, no mesmo ano. A doença pode apresentar-se de forma assintomática, sintomática e pode evoluir para as formas graves. O Plasmodium falciparum pode causar malária cerebral, a forma mais seria da doença. Os eritrócitos parasitados são capazes de ligar-se a outros eritrócitos e ao endotélio vascular resultando na hiperativação do sistema imunitário. Mesmo com os tratamentos atuais eficientes usados na pratica clinica, a doença pode desenvolver-se para as formas graves, facilitada pela resistência do parasito às drogas disponíveis. Espécies vegetais tem sido testados como alternativas terapêuticas. O ácido anacárdico (AA) é extraído da castanha de caju e tem mostrado atividades microbicidas, imunomoduladoras e parasiticida. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do ácido anacárdico in vivo em modelos animais da malária e in vitro. Nos modelos susceptíveis a malária cerebral (CBA e C57BL/6) e não susceptíveis (BALB/c) infectados pelo P. berghei Anka tratados com 150, 100, 50 mg/kg/dia e 25 mg/kg/ duas doses. Foram analisados sobrevida, parasitemia, hematócrito e perda progressiva de peso. A citotoxicidade nas células J774 foi avaliada pelo teste de MTT usando utilizadas várias concentrações de ácido anacárdico. O efeito do ácido anacárdico na produção de óxido nítrico foi avaliado através da reação de Griess e a expressão de corpúsculos lipídicos foi realizadda pela coloração de Oil red O. O efeito de 50μM ácido anacárdico na produção de citocinas foi avaliado depois de estimulação in vitro das células J774 com eritrócitos parasitados ou não. A produção de citocinas foi avaliada com o estimulo de LPS e eritrócitos parasitados ou não com 50 μM de ácido anacárdico. Quando os animais CBA foram tratados com 150 e 100mg/Kg/dia de AA foi observado aumento da sobrevida dos animais após infecção com P.berghei ANKA. O AA não mostrou toxicidade para as células J774. O AA inibiu a produção do óxido nítrico quando associado com o LPS e eritrócitos parasitados. O aumento da expressão de corpúsculos lipídicos aumentou na presença de eritrócitos parasitados e LPS. O AA não mostrou efeito na produção de FNT-a, porém aumentou a produção de IL-10, e de IL-6 e MCP-1 quando associado ao LPS. Foi observado aumento da produção de MCP-1 das células J774 tratadas com AA e estimuladas com eritrócitos parasitados obtidos de camundongos BALB/c infectados com P.berghei ANKA quando comparado com células estimuladas apenas com eritrócitos parasitados. As células J774 mostraram que o tratamento com AA e estimulo com eritrócitos parasitados obtidos de camundongos BALB/c infectados por P. berghei ANKA aumenta da produção de MCP-1 em relação às células estimuladas apenas com eritrócitos parasitados. O AA aumentou a produção de IL-10 nas células estimuladas com eritrócitos parasitados de BALB/c, porém diminuiu a produção nas células tratadas com eritrócitos de CBA. Concluímos que os diferentes efeitos do AA na malária experimental provavelmente ocorrem pelos diferentes tipos de desencadeamento das respostas inflamatórias dos modelos experimentais.