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O romance histórico contemporâneo de mediação – releituras críticas do passado pela ficção atual
Fecha
2016-08Autor
Fleck, Gilmei Francisco
Resumen
As releituras da história pela ficção marcaram fortemente os períodos do boom e do pósbom da
literatura latinoamericana, com produções desconstrucionistas do discurso hegemônico que
silenciou as vozes dos colonizados. Essas produções podem ser amalgamadas em duas modalidades
de escritas híbridas: os novos romances históricos latinoamericanos – cujas bases teóricas foram
lançadas por Fernando Aínsa (19881991) e Seymour Menton (1993) – e as metaficções
historiográficas, segundo Hutcheon (1991). Altamente críticas, tais romances requerem um leitor
especializado na construção de sentidos pela leitura. Contudo, na década de 80 do século XX,
começam a surgir romances históricos críticos que apresentam dificuldades aos que buscam
classificálos segundo os paradigmas dessas escritas desconstrucionistas. Essas obras abandonam as
superestruturas
multiperspectivistas,
as
sobreposições
temporais
anacrônicas,
os
desconstrucionismo altamente paródicos e carnavalizados das releituras ficcionais anteriores. Elas
adotam uma linearidade narrativa singela, com algumas analepses ou prolepses e um discurso
crítico sobre o passado que privilegia uma linguagem próxima daquela cotidiana do leitor atual.
Nelas a construção da verossimilhança, em boa parte abandonada pelas escritas precedentes, volta a
ser essencial. Essas narrativas não se fixam em grandes heróis da história e suas ações, mas em
perspectivas silenciadas e negligenciadas pela historiografia. Dessas produções atuais, que
denominamos romances históricos contemporâneos de mediação, é que trataremos ao longo de
nossa exposição.