Tesis
A autoavaliação na Universidade de Brasília : entre a proposta do Sinaes e os sinais da prática
Fecha
2016-10-04Registro en:
GONÇALVES, Lukelly Fernanda Amaral. A autoavaliação na Universidade de Brasília: entre a proposta do Sinaes e os sinais da prática. 2016. 247 f., il. Dissertação (Mestrado em Educação)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Gonçalves, Lukelly Fernanda Amaral
Institución
Resumen
Esta dissertação trata da autoavaliação – componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) – na Universidade de Brasília (UnB), já que essa foi precursora da avaliação institucional no país, no âmbito da educação superior. O estudo teve como objetivo compreender em que medida o previsto pelo Sinaes para a autoavaliação é ressignificado; e se justifica pela relevância dessa discussão no contexto de uma política avaliativa formativa que tem como foco as instituições de educação superior (IES). Por meio da abordagem qualitativa e do estudo de caso, se analisou a construção do significado da autoavaliação pela comunidade acadêmica da instituição; a conformação do processo autoavaliativo às dimensões estabelecidas pelo Sinaes; e a utilidade dos resultados, tendo como recorte temporal os anos de 2014 e 2015, os quais já carregam reformulações na autoavaliação adotadas a partir do primeiro ano em questão. A coleta de dados foi realizada recorrendo a documentos oficiais e entrevistas semiestruturadas realizadas com atores que lidam com a autoavaliação das IES tanto do ponto de vista teórico como da prática – um representante da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior, um da Diretoria de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, quatro pesquisadores brasileiros da área de avaliação da educação superior e quatro membros da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB, neste último caso cada um deles pertencente a um segmento representativo da Comissão – docente, discente, técnico administrativo e sociedade civil organizada. Para analisar os documentos e falas, recorreu-se à análise documental sob a perspectiva de Bardin (2004) e adotou-se um olhar dialético que conduziu todo o processo da pesquisa. Com o auxílio das categorias metodológicas mediação e contradição, assim como das de conteúdo: regulação, avaliação formativa, qualidade da educação superior e relatórios de autoavaliação reduzidos ao cumprimento burocrático, esse olhar permitiu contemplar os objetivos da pesquisa, sempre levando em consideração os embates e tensões inerentes à implementação de uma avaliação. A dissertação confirma a tese de que a autoavaliação ainda precisa avançar, já que devido às marcas da subsunção do passado e do presente, não logra exercer seu papel formativo intencional. Tomando a UnB como referência, percebeu-se que nem os anos de experiência avaliativa desta foram capazes de driblar a situação de preterimento ao qual a autoavaliação encontra-se. Em todas as fases previstas para esse processo avaliativo – preparação, desenvolvimento e consolidação –, percebe-se uma instituição que ainda precisa compreender o que é a autoavaliação e qual a importância dela, dos agentes que a coordenam e do uso dos resultados. Os membros da CPA investigada, mesmo diante de uma sobrecarga de trabalho, esforçam-se para tornarem a autoavaliação formativa. Ações de sensibilização da comunidade e de revisão dos instrumentos aplicados no processo têm sido importantes para o andamento da avaliação e para, a médio ou longo prazo, se ter uma comunidade acadêmica que se envolva no processo e se reconheça nele. O relatório de autoavaliação evidencia uma Comissão que ainda não se impõe como real coordenadora do processo. Com muitas descrições e poucas evidências que suscitem deliberações, o relatório apresenta resultados que servem mais ao cumprimento burocrático de postagem no sistema e-MEC do que a mudanças por parte da gestão. Percebe-se, contudo, que isso se deve não somente a forma como a UnB vem conduzindo a autoavaliação, mas, sobretudo, a um contexto de omissão e subsunção no qual essa avaliação historicamente encontra-se inserida nos últimos anos.