Tesis
Análise epidemiológica da Leishmaniose visceral humana no Brasil : contribuição as políticas de controle
Fecha
2016-09-08Registro en:
LANE, Viviane Fragoso de Moura. Análise epidemiológica da Leishmaniose visceral humana no Brasil: contribuição as políticas de controle. 2016. xvii, 141 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Médicas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Lane, Viviane Fragoso de Moura
Institución
Resumen
Esta tese tem como objetivo contribuir para o entendimento dos aspectos determinantes da Leishmaniose visceral como problema de saúde pública no Brasil. Para este fim, foram delineados quatro estudos: o primeiro se propôs a descrever a judicialização das ações direcionadas ao reservatório canino, um dos pilares de controle da LV no Brasil. Analisou-se Termos de Ajustamento de Conduta e de Ações Judiciais relativas à LV. Constatou-se um comportamento hiperendêmico da LV nas capitais de Belo Horizonte, Campo Grande, Fortaleza e Palmas. Além disso, verificou-se que a interferência do Ministério Público direcionadas ao reservatório doméstico, colabora para a descontinuidade das ações de controle da doença. No segundo estudo, analisou-se o conhecimento e práticas profissionais no âmbito da atenção primária e a atenção aos casos diagnosticados em um território endêmico do Distrito Federal. Realizou-se um descritivo exploratório e quantitativo. Aplicou-se um questionário estruturado aos profissionais de saúde pertencentes às unidades de atenção básica. Apesar dos participantes revelarem a importância epidemiológica da LVH na região, demonstrou-se que essas regiões apresentam dificuldades operacionais, as quais dificultam a execução de ações direcionadas aos casos de LV. No terceiro estudo realizou-se uma série de casos, entre 2011 a 2014, em um território endêmico do Distrito Federal, cuja finalidade foi acompanhar a evolução da doença em pacientes com teste Montenegro positivo, além de analisar a dinâmica de transmissão no local. Conclui-se, portanto, que o entendimento acerca da progressão de indivíduos assintomáticos, em áreas endêmicas, não depende apenas da confirmação de casos por meio de testes diagnósticos, mas também da dinâmica de transmissão no local. Por fim, o último estudo teve o intuito de compreender o processo que consolidou a urbanização da LV no Brasil, criou-se uma narrativa histórica da epidemiologia da doença agregando informações que possam criar hipóteses para o entendimento da LV urbana e também medidas de controle mais efetivas. O advento da industrialização no país motivou o êxodo rural permitindo mudanças demográficas com o crescimento populacional. O fenômeno atual deveu-se a criação de condições ideais para a manutenção do ciclo de transmissão nas cidades brasileiras. Além deste fato, a descontinuidade das ações de controle foi relevante para a determinação de epidemias urbanas. Ao considerar o cenário epidemiológico atual da LV, é necessário que seja considerado um planejamento urbano nas cidades e não apenas estratégias centradas na dinâmica de transmissão da doença para que se tenha um impacto positivo na epidemiologia da LV.