Tesis
Avaliação de profissionais e promoção de saúde bucal de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Brasília-DF
Fecha
2016-03-15Registro en:
MIRANDA, Alexandre Franco. Avaliação de profissionais e promoção de saúde bucal de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Brasília-DF. 2015. 158 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Miranda, Alexandre Franco
Institución
Resumen
Objetivos: Avaliar o conhecimento profissional e protocolo utilizado na realização de medidas de promoção de saúde bucal em unidades de terapia intensivas (UTIs) em Brasília-DF; avaliar a condição de saúde bucal de pacientes internados, associando a frequência de higienização bucal realizadas. Métodos: Amostra de conveniência composta por 71 profissionais da saúde que trabalham nas UTIs de 02 Hospitais Particulares responderam um questionário validado sobre as medidas de promoção de saúde bucal realizadas nas UTIs e características gerais. Realizou-se a avaliação da condição de saúde bucal de 104 pacientes, faixa etária de 34 a 93 anos, por conveniência, internados em uma UTI. Os dados gerais e informações sobre o quadro de saúde foram obtidos por meio dos prontuários e entrevistas. Os dados referentes, principalmente em relação à presença de saburra lingual, próteses e processo inflamatório gengival foram registrados em fichas individualizadas. Análise descritiva dos resultados e o teste t foi aplicado ao nível crítico (p ˂ 0,05). Testes múltiplos com ajustamento de Bonferroni foram empregados para uma melhor comparação quando a diferença entre os grupos eram detectadas. Uma correlação entre a frequência de higienização bucal realizada em pacientes conscientes (sem sedação) (n = 71), presença de saburra lingual e processo inflamatório gengival foi realizada. O teste Qui-quadrado de Pearson foi utilizado nessa análise e tabelas de contigência empregadas. Resultados: A maioria dos profissionais da saúde são enfermeiros e técnicos de enfermagem (80,3%), com experiência de atuação nesse setor hospitalar, em sua maioria (45,1%), entre 1 a 3 anos e 70% da amostra tem jornada de trabalho de 12 horas/dia. Esses profissionais têm conhecimento sobre saburra lingual (p = 0,0000) e pneumonia nosocomial (p = 0,0002). Atividades de higienização bucal são realizadas na UTI (p = 0,0000), em sua maioria, 02 vezes por dia (p ˂ 0,025). O método de controle mecânico do biofilme mais utilizado é a associação de espátulas de madeira, gaze e escovas dentárias e o químico é a clorexidina 0,12% (p ˂ 0,017). Medidas de higienização bucal, também, são realizadas em pacientes submetidos à intubação orotraqueal (p = 0,0000). Os profissionais têm tempo suficiente (80,3%, p = 0,0000) para realizar as condutas de higiene bucal nos pacientes na UTI, enfatizam que é uma prioridade para pacientes sob ventilação mecânica (p = 0,0000), porém concordam que essa medida é difícil de ser realizada (p = 0,03) e, quando realizada, utilizam a sucção à vácuo (p = 0,0000). Pacientes, em sua maioria, permanecem mais de 03 dias nesse ambiente (p ˂ 0,016), sendo a cirurgia cardíaca para troca de válvula aórtica (27,88%) o principal motivo. A maioria (68,27%) se encontrava consciente (sem sedação) (p = 0,0001), em condições normais (p ˂ 0,016) e com dieta oral (p = 0,0000). Condutas de higienização bucal na UTI, após a internação, não foram realizadas em 29 pacientes conscientes (p ˂ 0,005). A saburra em toda a extensão da língua esteve evidente na maioria, em 38 pacientes (p ˂ 0,008). Observou-se a ausência de processo inflamatório gengival em 35 pacientes (p ˂ 0,005) e 80,77% da amostra (p = 0,0000) são dentados. Pacientes conscientes (sem sedação), independente da frequência de higienização bucal, apresentam saburra lingual.
Conclusões: É necessário capacitar os profissionais da saúde que trabalham nas UTIs sobre a associação entre biofilme e saburra lingual com condição sistêmica, padronizar protocolos preventivos e de cuidados específicos. Pacientes na UTI recebem assistência em relação à saúde bucal de maneira diferenciada em relação à metodologia e frequência. Não existem medidas padronizadas para as condutas de higienização lingual (saburra) na UTI.