Tesis
Impacto da dengue no Brasil em período epidêmico e não epidêmico : incidência, mortalidade, custo hospitalar e disability adjusted life years (DALY)
Fecha
2016-01-25Registro en:
LEITE, Priscila Leal e. Impacto da dengue no Brasil em período epidêmico e não epidêmico: incidência, mortalidade, custo hospitalar e disability adjusted life years (DALY). 2015. 58 [f]., il, Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Leite, Priscila Leal e
Institución
Resumen
Introdução: Apesar da crescente carga mundial da dengue, existem poucos estudos publicados que tenham avaliado a carga desta doença e que forneçam estimativas dos custos no Brasil. Métodos: Estudo de avaliação econômica parcial do tipo custo da doença sob a perspectiva econômica do gestor público e estudo descritivo da carga da dengue para o ano de 2010, maior ano epidêmico da doença no país, e 2012, ano não epidêmico. Calculamos as taxas de incidência, mortalidade, o Disability Adjusted Life Years (DALY) e os custos diretos de hospitalização, tendo como fonte de dados os sistemas oficiais de estatística, notificação e hospitalização. Para o cálculo dos Anos de Trabalho Perdidos (ATP), empregamos o valor do salário mínimo e do Produto Interno Bruto (PIB) para 2010 e 2012. Utilizou-se o modelo da Life-tableWest,do Global BurdenofDisease, para estimar o DALY. Resultados: Foram registrados 1.027.100 e 597.193 casos prováveis de dengue no Sinan em 2010 e 2012, respectivamente. A taxa de incidência foi 538,4/100.000 habitantes em 2010 e 313,1/100.000 habitantes em 2012. A mortalidade no período epidêmico foi duas vezes maior do que no período não epidêmico. Em 2010, foram 13.955 Anos de Vida Perdidos (AVP) por dengue e foram incorridos 74 DALYs/milhão por Dengue Clássico e 73 DALYs/milhão pelas Formas Graves. Em 2012, foram 7.297 Anos de Vida Perdidos (AVP) por dengue e incorridos 38 DALYs por Dengue Clássico e pelas Formas Graves. Foram estimados 151 Anos Vividos com Incapacidade (AVI) por dengue clássico e 37 AVI para as formas graves da doença, no ano epidêmico. Em 2010, o valor total gasto com hospitalização por dengue foi de R$33.498.386,22 e R$16.608.420,09 em 2012. Foram perdidos 8.244 anos de trabalho por dengue no ano epidêmico e 5.124 em 2012. Calculamos uma perda salarial de R$ 56.059.200,00 para os Anos de Trabalhos Perdidos (ATP) em 2010 e uma perda de produtividade total de R$ 156.767.904,00. Para 2012, obtivemos uma perda salarial de R$ 42.494.869,20 para os ATP e R$ 114.777.600,00 em perda de produtividade. Conclusão: Nos anos epidêmicos e não epidêmico, ocorreu um predomínio do sexo feminino, faixa etária de 20 a 59 anos e da forma clássica da doença. Os óbitos por dengue nos anos de 2010 e 2012 superam os óbitos no Brasil por malária, leishmaniose, esquistossomose, hanseníase e infecções meníngeas. Os custos diretos de hospitalização por dengue no Brasil no ano epidêmico foi duas vezes maior do que no ano não epidêmico. O resultado do DALY de dengue foi superior a outras doenças infecciosas em países em desenvolvimento, como malária e tuberculose. O DALY reflete parte do impacto causado por uma doença antiga, negligenciada e que causa mortes que são em sua grande maioria evitáveis. Estudos de impacto e carga da doença podem auxiliar no direcionamento dos recursos, de formação de profissionais capacitados para suspeição precoce da doença, disgnóstico laboratorial rápido e oportuno, bem como alocação de tecnologias em saúde.