Tesis
Efeitos metabólicos e nutricionais da suplementação proteica em mulheres com reganho de peso após 24 meses de cirurgia bariátrica : um ensaio clínico randomizado
Fecha
2015-11-26Registro en:
GOMES, Daniela Lopes. Efeitos metabólicos e nutricionais da suplementação proteica em mulheres com reganho de peso após 24 meses de cirurgia bariátrica: um ensaio clínico randomizado. 2015. xi, 74 f., il. Tese (Doutorado em Nutrição Humana)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Gomes, Daniela Lopes
Institución
Resumen
Introdução: É comum o reganho de peso após 24 meses de gastroplastia redutora em Y-de-Roux (GRYR), com ingestão insuficiente de proteína, associada a perda de massa livre de gordura (MLG) e redução no Gasto Energético de Repouso (GER). Porém, ainda não existe consenso sobre a melhor conduta dietoterápica para estes pacientes. O objetivo deste estudo foi avaliar aspectos nutricionais e metabólicos de mulheres com reganho de peso após 24 meses de GRYR e sem uso de suplementação proteica. A tese é apresentada em dois artigos: O primeiro avaliou o GER e sua associação com a composição corporal na linha de base do estudo e o segundo avaliou, em 16 semanas de seguimento, os efeitos de dieta hipoenergética associada à suplementação com proteína do soro do leite, nos parâmetros antropométricos e metabólicos das pacientes estudadas. Método: Este estudo foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2013. Para análise transversal foram determinados o GER por calorimetria indireta, a composição corporal por análise de bioimpedância tetrapolar e o consumo proteico pela média de 2 recordatórios de 24 horas em 34 mulheres com pelo menos 5% de reganho de peso. Foram aplicadas correlação de Pearson e modelo de regressão linear multivariada para investigar associação entre as variáveis. Na segunda etapa, foi realizado ensaio clínico aberto, com 24 destas pacientes que concluiram pelo menos 2 meses de intervenção, aleatoriamente alocadas no grupo com ou sem suplementação proteica (grupo intervenção-GI e grupo controle-GC, respectivamente). Além das medidas já citadas, foram avaliadas na linha de base, com 8 e 16 semanas e dosagem bioquímica para avaliação do perfil glicêmico, lipídico, adiponectina, IL-6 e colecistoquinina (CCK), estas três últimas, na linha de base e após 16 semanas de intervenção. Aplicou-se Equações de Estimativas Generalizadas (GEE) com imputação dos dados faltantes para investigar interação tempo e grupo (int T/G) do modelo, considerando p<0,05 como significância estatística. Foi utilizado o software SPSS (v.19) nas duas análises. Resultados: No primeiro estudo, as pacientes encontravam-se com 68,8 ± 22,9 meses após a GRYR. A mediana de reganho de peso foi de 14% (min= 6%; máx= 65,7%), associada positivamente ao tempo após a cirurgia (r=0,39; p=0,023). A média de massa gorda (%MG) foi de 45,1 ± 8,3% e de massa livre de gordura (%MLG) 54,3 ± 8,1% (razão MLG/MG = 1,1 ± 0,2). A média do GER foi de 1425 ± 187 kcal (14kcal/ kg de massa corporal) e a ingestão proteica foi de 0,9 + 0,3 g/kg peso ideal. Pela regressão linear, observou-se que o GER mostrou associação positiva à MLG (ß=0,445; p=0,025) independente do consumo proteico e tempo após a cirurgia. No GI, observou-se que houve um aumento no consumo diário de proteína, com média de 100,4+16,7g e 51,78+56,3g no GI e GC, respectivamente. No estudo de intervenção, observou-se que, comparando-se com o GC, o GI apresentou maior redução de massa corporal (int T/G p=0,017) acompanhado de maior redução de MG (int T/G p=0,021). Não foram observadas interações tempo e grupo para MLG (p=0,188) e GER (p=0,990). Ambos os grupos apresentaram reduções dos níveis de hemoglobina glicada (p<0,001), colesterol total (p=0,003) e LDL colesterol (p=0,010). Porém, observou-se a redução do HDL colesterol para o GC (int T/G p=0,048). Não houve alteração quanto a adiponectina (int T/G p=0,991), IL-6 (int T/G p=0,495) e CCK (int T/G p=0,247). Conclusão: Preservar a MLG em pacientes bariátricos parece ser fundamental para manter o GER. Para tratar pacientes com reganho de peso, além da dieta hipoenergética, a suplementação proteica parece ser importante para promover redução de MG. Para este protocolo, a suplementação com proteína do soro do leite não modulou resposta nos marcadores inflamatórios e hormonais testados.