Tesis
Responsabilidade social corporativa e desempenho econômico financeiro : um estudo em empresas brasileiras
Fecha
2015-12-20Registro en:
MAZZER, Lílian Perobon. Responsabilidade social corporativa e desempenho econômico financeiro: um estudo em empresas brasileiras. 2015. 153 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis)—Programa Multi-institucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, João Pessoa, 2015.
Autor
Mazzer, Lílian Perobon
Institución
Resumen
Este trabalho buscou investigar a relação entre Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Desempenho Econômico Financeiro (DEF) de uma amostra de empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA, no período de 2008 a 2013. Baseou-se no aspecto instrumental da Teoria dos Stakeholders que justificam os estudos que buscam a relação entre o desempenho social e o financeiro e na proposição de Carroll (1999) que aponta para a existência de uma relação positiva entre RSC e DEF. Para mensurar a RSC foram utilizadas as proxies GRI e ISE e foram escolhidas sete variáveis contábeis e financeiras coletadas no Economática® para representar o DEF. Analisaram-se 331 empresas que resultou em 1.408 observações para o período. Foram realizados testes estatísticos de regressão linear generalizada e comparação de medianas a fim de verificar a relação das variáveis de RSC com as variáveis relacionadas ao DEF. Considerando os coeficientes de determinação (R2) dos modelos desta pesquisa, o modelo que melhor explica a relação entre RSC e DEF é o que considera como desempenho econômico a variável de Valor de Mercado (VM) corroborando a ideia que investimentos socialmente responsáveis contribuem para aumentar o valor da empresa. O modelo que considera como DEF a variável Retorno sobre o Ativo (ROA) foi considerado não significante para todas as variáveis independentes, constatando-se que RSC não apresenta relação com desempenho econômico medido ROA. Sendo assim, esse resultado destoa do resultado de estudos anteriores. Os estudos de Waddok e Sarkis (1997), Alberton (2003), Marcon e Souza (2007) e Orellano e Quiota (2011) apresentaram resultados que se assemelham aos encontrados nesta pesquisa referente à relação positiva entre RSC e DEF, em especial quando medido pelo VM. Quando realizada a comparação de medianas, consideradas todas as empresas da amostra, sem estratificação, os resultados sugerem haver relação positiva e significante entre RSC (GRI e ISE) e todas as variáveis definidas para medir o DEF. Adicionalmente, em uma segunda análise, as empresas foram estratificadas por porte em menor, intermediário e maior. Levando em conta a estratificação por porte, para as duas variáveis de RSC (GRI e ISE) entende-se que existe diferença positiva e significativa entre as medianas das variáveis VM e LIQ. As empresas classificadas como de maior e intermediário porte, que tem RSC, apresentam maior DEF representados pelas variáveis VM e LIQ do que as empresas que não têm. A medida de DEF Retorno das Ações (RET) não apresentou diferença nas medianas para as empresas de maior e intermediário porte. As variáveis de RSC (GRI e ISE) não têm relação com a variável de DEF RET quando considerado o porte da empresa. Em uma terceira análise, as empresas foram categorizadas por setor e, para ambas as variáveis de RSC (GRI e ISE), pode-se inferir que existe diferença positiva e significativa entre as medianas das variáveis VM e LIQ. As empresas dos setores Alimentos e Bebidas, Comércio, Energia Elétrica, Finanças e Seguros, Siderurgia e Metalurgia, Transporte e Serviços, Veículos e Peças e Outros que tem RSC apresentam maior DEF medido pelo VM e LIQ do que as empresas que não têm. A medida de DEF RET não apresentou diferença nas medianas para treze setores. As variáveis de RSC (GRI e ISE) não têm relação com a variável de DEF RET quando avaliado o setor. De um modo geral, os resultados confirmam a tese de que as empresas da amostra que têm RSC apresentam maior DEF se comparadas com as empresas que não têm RSC.