Tesis
Veja : há 40 anos construindo a imagem das mulheres na política
Fecha
2015-07-16Registro en:
AZAMBUJA, Kátia Carolina Meurer. Veja: há 40 anos construindo a imagem das mulheres na política. 2014. 119 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciência Política)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Azambuja, Kátia Carolina Meurer
Institución
Resumen
Esta dissertação analisa 316 reportagens publicadas na revista Veja que abordam a atuação das mulheres no campo político, nacional e internacional, entre 1969 e 2010. A mídia participa da reprodução das representações de gênero e das representações sobre o papel social de mulheres e homens. Nas sociedades contemporâneas, a mídia tem impacto na produção das preferências políticas. Por isso é importante compreender como um dos principais veículos de informação do Brasil, a revista Veja, vem representando a imagem das mulheres, ao longo de quatro décadas. A divisão convencional dos papéis de gênero organiza as posições na sociedade, de mulheres e homens, de forma hierárquica e patriarcal, pois é uma hierarquia valorativa e externa, associada, a priori, ao valor preponderante do gênero masculino universal. A mídia pode contribuir com os obstáculos estruturais que dificultam a presença das mulheres nos espaços de poder ao propagar visões de mundo que tendem a reforçar a naturalização dessas hierarquias. A fim de detalhar elementos que compõem os estereótipos de gênero da representação das mulheres pela Veja e que facilitam a reprodução dessa naturalização, propõe-se apresentá-los por meio de três categorias de análise. A primeira, corporalidade, trata das representações estetizantes e corporificadas; a segunda, ethos feminino, detalha a ideia da representação por uma 'feminilidade' universalizante; e a terceira categoria, vida privada, discute como elementos da esfera privada da vida dessas mulheres são expostos publicamente. Observando também quais são os elementos que compõem os estereótipos de gênero mobilizados pela Veja, e como eles são (re) arranjados nos textos publicados pela revista, busca-se colocar em discussão sua interferência, no contexto brasileiro, sobre a construção da imagem da mulher na política. Conclui-se que as referências às mulheres que atuam no campo político seguem constantes durante o período analisado, de modo a corporificá-las, a dar destaque a suas vidas privadas e a insinuar a existência de uma ‘feminilidade’ universal dentro da qual elas deveriam atuar.