Tesis
Construção nacional e imaginarios desencontrados : as perdas territoriais bolivianas
Fecha
2015-06-24Registro en:
SOTOMAYOR, Walter Carlos Auad. Construção nacional e imaginarios desencontrados: as perdas territoriais bolivianas. 2015. xi, 94 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Sotomayor, Walter Carlos Auad
Institución
Resumen
Esta dissertação tenta confrontar a historiografia boliviana com as representações de grupos sociais como um caminho possível em busca de explicações para as sucessivas perdas territoriais. O estudo identifica a conquista espanhola do império dos incas como o início da divisão profunda na sociedade entre europeus e originários que teve reflexo na divisão territorial. Essa separação que persistiu após a independência do império colonial teve como características o trabalho não remunerado e a instituição do voto censitário, que excluiu a maioria indígena do processo político, além da cobrança do tributo indígena, herdado do período colonial. A República manteve toda uma coletividade em situação subalterna até meados do século XX, e com isso uma sociedade dividida em que o exercício da violência foi parte dessa ordem. O debate público iniciado na primeira década do século XX sobre a questão indígena é analisado à luz da história e dos imaginários. Para a maioria dos bolivianos, indígenas e mestiços, o território foi exclusivamente os Andes e seus contrafortes, fonte da riqueza nacional que se acreditava apenas mineral. A inexistência de um sentimento de comunidade nacional até meados do século XX é aqui apontado como um dos fatores que contribuíram para o desmembramento territorial. A Bolívia perdeu desde a sua independência até o fim do conflito com Paraguai aproximadamente a metade do seu território. O último conflito armado que convocou toda a população parece ter selado o direito de todos os bolivianos de participarem no processo político e da construção nacional. Esse novo sentimento parece ter ajudado a acelerar a integração territorial do país que havia faltado no século XIX, na época da consolidação do território.