Tesis
Ecologia de moscas ectoparasitas (Diptera, Streblidae e Nycteribiidae) de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em áreas de Cerrado do Brasil Central
Fecha
2015-04-30Registro en:
RAMALHO, Daniel de Figueiredo. Ecologia de moscas ectoparasitas (Diptera, Streblidae e Nycteribiidae) de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em áreas de Cerrado do Brasil Central. 2015. v, 79 f., il. Dissertação (Mestrado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Autor
Ramalho, Daniel de Figueiredo
Institución
Resumen
O conhecimento sobre Streblidae e Nycteribiidae e suas relações com os hospedeiros, bem como de que forma se estruturam as infracomunidades, é importante por estar relacionado à ecologia dos morcegos. Apesar do aumento recente de estudos, poucos procuram entender que fatores influenciam nos padrões de parasitismo em diferentes locais ou em uma mesma espécie. O presente estudo descreve a comunidade de moscas ectoparasitas, seus hospedeiros e as taxas de parasitismo, bem como a estruturação das infracomunidades em áreas de Cerrado no Distrito Federal, Brasil. Além disso, verifiquei as relações entre as taxas parasitárias e a alteração do habitat, e a variação intraespecífica nessas taxas, avaliando de que forma o sexo e a idade influenciam no parasitismo. As coletas de ectoparasitas foram realizadas em três áreas protegidas de Brasília em 96 sessões de capturas de morcegos. Para avaliar a formação de infracomunidades, foi realizado um teste de qui-quadrado entre infracomunidades com espécies do mesmo gênero ou de gêneros diferentes. Para avaliar a relação com a degradação, com o sexo e com a idade, as análises foram feitas por meio de testes de Qui-quadrado para a prevalência, e por GLM para a intensidade de infestação para seis associações parasito-hospedeiro, sendo cada um dos fatores de influência as variáveis dependentes em cada teste. Foram coletados 2.242 morcegos pertencentes a 36 espécies, dos quais 774 indivíduos de 24 espécies estavam infestados. Identifiquei 30 espécies de Streblidae e oito de Nycteribiidae, sendo essa riqueza bastante elevada em relação a outros estudos similares, porém realizados em outras localidades. Possivelmente essa diferença seja por influência do número de hospedeiros registrados e pelos fatores como clima e vegetação. Em Streblidae, as infracomunidades compostas por espécies de gêneros diferentes foram encontradas com maior frequência do que o esperado ao acaso, sugerindo que essas associações são resultantes de similaridade limitante. Em relação ao tipo de habitat, observei que as taxas de infestação e de prevalência são menores em áreas alteradas, provavelmente por causa do efeito de diluição, uma vez que esses locais apresentaram maiores abundâncias de morcegos. Além do tipo de habitat, o sexo também se mostrou um importante fator de influência, uma vez que as fêmeas foram mais parasitadas que os machos, provavelmente pela redução da atividade de autolimpeza e pela formação de colônias-berçário durante a reprodução, que facilita a propagação de ectoparasitas. Aparentemente, a idade não é um fator importante para a variação intraespecífica no parasitismo. No entanto, coletas em abrigos podem melhor elucidar a relação entre idade e as taxas parasitárias, uma vez que os jovens permanecem mais tempo no abrigo. No presente estudo, é feito o primeiro registro no Brasil da espécie Trichobius johnsonae, e de 11 novas espécies para o Distrito Federal, aumentando a riqueza do estado para 56 espécies, demonstrando a necessidade de mais estudos em território nacional, onde há regiões com pouco ou nenhum estudo.