Tesis
Avaliação da falsificação de medicamentos a partir dos dados de laudos periciais do Departamento de Polícia Federal no Brasil no período de 2006 a 2012
Fecha
2015-02-10Registro en:
MARCHETI, Ravane Gracy Ament. Avaliação da falsificação de medicamentos a partir dos dados de laudos periciais do Departamento de Polícia Federal no Brasil no período de 2006 a 2012. 2014. x, 87 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Autor
Marcheti, Ravane Gracy Ament
Institución
Resumen
A falsificação de medicamentos é um sério problema de saúde pública, e a incidência deste evento tem aumentado de forma significativa no Brasil e no mundo. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o perfil das falsificações de medicamentos no Brasil a partir de dados dos laudos periciais de medicamentos emitidos pelo Departamento de Polícia Federal de 2006 a 2012. A busca pelos laudos foi realizada na base de dados denominada Sistema Criminalística, de acesso exclusivo pelas unidades da Polícia Federal. No total, 30.452 medicamentos foram enviados a perícia durante o período, sendo 32,3% originários do Brasil. A maior parte foi de medicamentos para uso humano com fármaco declarado (84,8%), seguido dos medicamentos para uso exclusivo veterinário (7,1%) e medicamentos fitoterápicos (3,4%). Mais de 3.300 nomes diferentes de medicamentos foram coletados, resultando em mais de 1.200 fármacos distintos classificados pela Anatomical Therapeutic Chemical. De todos os medicamentos avaliados, 62,7% passaram por análise química e o restante apenas por inspeção visual e outras que os peritos julgaram necessárias. Cerca de 60% não tinha registro ou licença vigente para comércio no Brasil. A falsificação foi confirmada em 9,7% dos medicamentos analisados, principalmente aqueles para disfunção erétil (40,2%) e os esteroides anabólicos (32,2%). As falsificações foram confirmadas, principalmente, por divergências do número de lote, problemas na embalagem e ausência do fármaco declarado. Dos 233 medicamentos fitoterápicos analisados quimicamente, 14,2% continham fármacos, principalmente orfenadrina, um relaxante muscular. Cerca de 5% dos medicamentos fitoterápicos periciados não tinham qualquer identificação, e continham principalmente fármacos de formulações antiobesidade excluindo produtos dietéticos e antidepressivos. Estas informações deverão subsidiar ações futuras dos órgãos competentes no Brasil, incluindo o próprio DPF e a ANVISA, visando reduzir eventos de falsificação e contrabando de medicamentos para a proteção do consumidor brasileiro.