Tesis
Efeitos de intervenção psicoeducativa voltada para o autocuidado de homens idosos
Registro en:
GONZALEZ, Lilian Maria Borges. Efeitos de intervenção psicoeducativa voltada para o autocuidado de homens idosos. 2011. 192 f. Tese (Doutorado em Processos de Desenvolvimento Humano e da Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
Autor
Gonzalez, Lilian Maria Borges
Institución
Resumen
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2011. O Brasil apresenta processos de transição demográfica, com incremento da proporção de idosos na população. Para melhor atender às características e às necessidades desse crescente segmento, têm sido desenvolvidos programas educativos com o propósito de promover saúde e prevenir ou manter sob controle doenças prevalentes nesta faixa de idade. Este trabalho objetivou verificar os efeitos de uma intervenção psicoeducativa que foi planejada e implementada com a finalidade de fortalecer o autocuidado entre idosos do sexo masculino. Os participantes foram recrutados em um Centro de Convivência para Idosos mantido por uma universidade privada e constituíram treze homens com idades entre 62 e 78 anos (M= 69,5), todos casados, alfabetizados, aposentados e portadores de doenças crônicas. As intervenções ocorreram ao longo de nove encontros temáticos, semanais, envolvendo exposição dialogada e emprego de diferentes recursos audiovisuais e dinâmicas de grupo. Os dados foram obtidos mediante entrevistas individuais conduzidas com base em instrumentos compostos de questões fechadas e abertas relativas ao levantamento de dados sociodemográficos e clínicos, bem como à investigação de comportamentos de autocuidado e fatores associados, incluindo barreiras percebidas e apoio social. Para aferir medidas de qualidade de vida foram empregados os questionários WHOQOL old e WHOQOL bref. Os idosos responderam a estas medidas de autorrelato em três momentos distintos: antes e logo depois da participação nas sessões grupais e decorridos quatro meses após a segunda avaliação, no seguimento. Os resultados principais evidenciaram que os participantes, em sua maioria, mantinham estilos de vida ativos, com preservação de suas capacidades funcionais, possuíam autoavaliações positivas do estado de saúde e concebiam saúde e envelhecimento saudável em uma perspectiva biopsicossocial. As metas individuais estabelecidas foram agrupadas em três eixos de análise: busca e utilização dos serviços de saúde, hábitos saudáveis e habilidades psicossociais. Como possíveis efeitos das intervenções, verificou-se o alcance da maior parte das metas traçadas, abarcando contemplação quanto a maior realização de consultas e exames médicos; emissão de comportamentos assertivos; aumento nas práticas de exercícios físicos e de alimentação saudável e fortalecimento de ações e crenças relativas a comportamentos preventivos e promotores de saúde. Houve estabilidade nos escores de qualidade de vida, com diferença significativa (p<0,05) para o domínio participação social e significância limítrofe (p=0,06) para o domínio autonomia, ambos do WHOQOL old. Os participantes, em sua totalidade, revelaram-se satisfeitos com a participação no grupo, destacando seus ganhos sociais. Conclui-se que a intervenção psicoeducativa mostrou-se vantajosa para maximizar comportamentos de autocuidado em homens idosos e aumentar suas formas de inserção social, embora tenha se evidenciado efeitos maiores para sensibilização e manutenção do que para modificação de comportamentos. Reforça-se a necessidade de investigações focadas na interrelação entre gênero, envelhecimento e saúde. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT Brazil's demographic transition processes show an increasing proportion of elderly people. To better meet the characteristics and needs of this growing segment, educative programs have been developed to promote health and prevent or keep under control prevalent diseases in this age group. This study aimed to evaluate the effects of a psychoeducational intervention planned and implemented to strengthen self-care among elderly men. Thirteen men aged 62-78 years old (average = 69,5 years), all married, literate, retirees and chronically ill participated. They were selected from a Social Center for the Elderly run by a private university. The interventions took place during nine thematic weekly meetings, through dialogical exposure, different audio-visual resources and group dynamics. Data were collected using individual interviews based on close and open-ended questions concerning sociodemographic and clinical data, as well as the investigation of self-care behaviors and its associated factors, including perceived barriers and social support. Quality of life was measured using WHOQOL-old and WHOQOL bref. The elderly answered self-report measures in three different moments: before and right after group sessions and four months after the second evaluation. The main results showed that most participants kept active lifestyles, maintaining their functional capacity, had positive self-assessments of their health status and conceived health and healthy aged in a biopsychosocial perspective. Individual targets were arranged into three areas of analysis: search and use of health services, healthy habits and psychosocial skills. As possible results of interventions, most goals were reached. For example, contemplation as to a rising number of medical appointments and examinations, assertive behaviors, increasing physical exercises and healthy eating and strengthening activities and beliefs related to health-preventive and health-promotion behaviors. There was stability in quality of life scores‟, with a significant difference (p<0,05) for the social participation domain and a borderline significance (p=0,06) to the autonomy domain, both from WHOQOL old. All participants were satisfied to be part of the group, emphasizing its social gains. So, the psychoeducational interventions were considered useful to maximize self-care behaviors among elderly men and increase their forms of social integration, although it has larger effects to sensitize and maintain than to change behaviors. Finally, it reinforces the need to focus on the interrelationship between gender, aging and health.