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Representação política em 3-D : elementos para uma teoria ampliada da representação política
Fecha
2003-02Registro en:
Autor
Miguel, Luis Felipe
Institución
Resumen
O artigo discute os impasses e as alternativas para a representação política, tomando como ponto de partida a polêmica sobre o conceito de poder, travada nos anos de 1960 e 1970 na ciência política anglo-saxã e envolvendo, notadamente, Robert Dahl, Bachrach, Baratz e Steven Lukes. De acordo com o último, a compreensão do poder deve levar em conta três dimensões: 1) a capacidade de tomar decisões ou de vetá-las; 2) o controle sobre a agenda, isto é, a determinação das questões que serão alvo de decisão; e 3) a capacidade de anular o conflito social, impedindo que indivíduos e grupos sociais tomem consciência de seus verdadeiros interesses. Apesar dos problemas presentes nessa formulação, ela é útil para pensar a representação política. As teorias predominantes levam em consideração apenas a face mais evidente da representação política, a escolha daqueles que tomarão as decisões. Mas uma democracia representativa mais próxima do ideal de soberania popular deveria contemplar a segunda dimensão a formação da agenda, hoje fortemente determinada pelos meios de comunicação de massa. Portanto, cabe entender a mídia como sendo também um espaço de representação política. E o reconhecimento da terceira dimensão implica a necessidade de geração de espaços que permitam aos grupos subalternos formularem autonomamente seus interesses, isto é, de uma sociedade civil desenvolvida e plural.