Tesis
Sob a Espada de Dâmocles: A Prática de Psicólogos em Oncologia Pediátrica no Município de Recife-PE
Fecha
2011-11-23Registro en:
MORAIS, S. R. S., Sob a Espada de Dâmocles: A Prática de Psicólogos em Oncologia Pediátrica no Município de Recife-PE
Autor
ANDRADE, A. N.
Edgar Schneider
Edgar Schneider
AVELLAR, L. Z.
Menandro, M.C.S.
Institución
Resumen
O objetivo geral dessa pesquisa foi compreender a prática de psicólogas em Oncologia Pediátrica (OP) no Recife-PE. Os objetivos específicos foram cartografar e tematizar a atuação dessas profissionais; descrever quais são e como se configuram suas concepções de cuidado e compreender as implicações dessas concepções para o saber-fazer cotidiano. Partiu-se da perspectiva Fenomenológica Existencial, e mais especificamente, da Ontologia Hermenêutica de Martin Heidegger. A metodologia foi qualitativa de inspiração fenomenológica. Colaboraram com este estudo nove psicólogas de instituições especializadas. A colheita de dados apoiou-se em entrevistas individuais, grupo focal, diálogos e registros em diário de campo. Tais narrativas foram foram transcritas, literalizadas e interpretadas mediante a Analítica do Sentido (Critelli, 2007). Os resultados sugeriram a presença de cinco temáticas des-veladoras de sentido desta prática: 1) Tempo, proximidade e intensidade: dimensões da prática psicológica em OP; 2) Pelas vias da experiência cotidiana: o cuidado em ação na OP; 3) Estar-com: o trabalho coletivo em OP; 4) Abertura para a transcendência como sustentação da prática psicológica em OP e 5) Formação em cena: psicólogos à deriva? Já o cuidado foi concebido como um conjunto de atitudes/ações/posicionamentos frente à manutenção da vida, ou seja, como antecipação libertadora, a qual se sustenta mediante a perplexidade e a disponibilidade afetiva para com crianças, familiares e equipe de saúde. As implicações disso foram expressas em termos de serenidade, acolhimento e adoção de algumas estratégias de enfrentamento que transitam por entre as dimensões ôntica e ontológica. A iminência de morte, o sofrimento das crianças e as repercussões do tratamento oncológico tem convocado as colaboradoras a re-dimensionarem a própria formação e a re-criarem modos interventivos por meio da experimentação cotidiana e do foco no poder-ser-do-outro. Os resultados sugerem a urgente necessidade de avanços da Psicologia no que tange o saber-fazer em média e alta complexidade sanitária.